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Sexta - 27 de Junho de 2008 às 10:41

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Desde os anos 70 em cargos na cúpula do Vasco, o presidente Eurico Miranda pode perder o poder na noite de hoje. Mesmo sem ser candidato oficial, Eurico é o personagem principal na reunião dos conselheiros, que começará às 20h na sede náutica do clube, na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro.

O órgão é o responsável pela escolha do novo presidente. Candidato de oposição, o ex-jogador Roberto Dinamite, 54, vai concorrer contra Amadeu Pinto da Rocha, 83, vice-presidente há mais de 20 anos.

A candidatura de Rocha faz parte da estratégia de Eurico para se manter no poder, segundo a oposição. Na semana passada, ele retirou sua candidatura na véspera da eleição dos conselheiros, mas fez um acordo com Rocha para garantir o seu poder no futebol do clube em troca de seus votos.

"Sei de tudo o que está sendo articulado nos bastidores, mas acredito na nossa vitória. Queremos retomar o ambiente democrático e reescrever a bela história do clube", disse o ex-jogador, maior artilheiro do Vasco em todos os tempos.

Para conseguir a vitória, Dinamite terá que obter a maioria dos 300 votos dos conselheiros do Vasco. O ex-atleta deixou a eleição de sábado com 120 votos. Já Rocha ficou com apenas 30. Os outros 150 eleitores do conselho são fixos e foram nomeados por Eurico e pelos presidentes anteriores.

"A disputa será acirrada, mas temos pelo menos de 40 a 50 votos garantidos. Sabemos tudo o que significa a chapa do Amadeu Miranda [fazendo trocadilho com os nome do presidente do Vasco e do candidato da situação], mas eles não conseguirão enganar os vascaínos com esta lavagem de imagem", disse o presidente do MUV (Movimento Unido Vascaíno), José Henrique Coelho. Há quase dez anos, o grupo é o principal opositor da era Eurico.

A nova eleição foi realizada por decisão judicial. Em 2006, Eurico havia vencido o pleito, que teve uma série de irregularidades antes e no dia da votação. No Vasco há anos, o cartola acumulou títulos e escândalos. No futebol, ele era o homem forte do clube na conquista dos últimos três Brasileiros (1989, 1997 e 2000) e da Taça Libertadores da América de 1998.

Fora do esporte, ele colecionou denúncias. De acordo com a CPI do Futebol, Eurico cometeu crimes de apropriação indébita do dinheiro do Vasco e falsidade ideológica por uso de conta "laranja" em desvio de recursos, além de tributos referentes às declarações de renda entre 1996 e 2000.

Em abril deste ano, a Justiça Federal determinou que o presidente do Vasco preste serviços comunitários por um ano e seis meses e pague multa por obstruir a CPI do Futebol.

Eurico negou ontem que tenta se manter no poder em caso de vitória da chapa de Rocha e disse que deixou a disputa por "necessidade pessoal".

"Só espero que o estatuto do clube seja respeitado", disse o presidente, que, pelo estatuto do clube, pode ter sua candidatura lançada durante a sessão.

Procurado pela reportagem, Rocha não foi localizado ontem para falar sobre a eleição.





Fonte: Folha de S.Paulo

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