Polícia apura estupro de índia menor com objeto pontiagudo
A menina chegou a Brasília com a mãe e uma tia no dia 28 de maio, vinda da Aldeia São Pedro, no município de Campinápolis, em Mato Grosso. Elas estavam hospedadas na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, a 45 km de Brasília. A Casai é mantida pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Em nota divulgada nesta quinta-feira (26), a Funasa informou que a índia teria sentido dores abdominais na madrugada da última terça-feira (24) e foi encaminhada pela manhã para o Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ela morreu após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias no centro cirúrgico do hospital.
Segundo a assessoria de imprensa da Funasa, a informação da suspeita de violência sexual teria chegado via fax encaminhado pela direção do hospital. O HUB informou ao G1 que não comentará o caso por "princípios éticos". O laudo que pode apontar se a menina foi violentada deve sair até esta sexta-feira (27).
No entanto, segundo o delegado Antônio José Romeiro, que investiga o caso, o médico legista que examinou o corpo teria detectado que a menina pode ter sofrido abusos com um objeto pontiagudo de cerca de 40 centímetros, que perfurou o baço, o estômago e o diafragma da índia.
Segundo o delegado, as paradas cardiorrespiratórias teriam sido decorrentes de infecção generalizada provocada pelo uso do objeto pontiagudo. A agressão teria ocorrido 48 horas antes de ela chegar ao hospital.
De acordo com a fundação, 56 pessoas, entre pacientes e acompanhantes, estavam hospedadas na Casai no dia em que a menina teria supostamente sido violentada. A fundação revelou que 48 funcionários trabalham na casa, que tinha vigilância 24 horas por dia.
A Funasa encaminhou pedido à Procuradoria Geral da República para que avalie se a Polícia Federal deve investigar o caso, já que o suposto crime envolve indígena em área pública. A PF informou ao G1 que ainda não havia recebido nenhum pedido de investigação até as 17h desta quinta.
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