Carteiros podem entrar em greve em MT
A reivindicação principal está no cumprimento do termo de compromisso, assinado em novembro do ano passado pelo governo federal, mas que ainda não foi implantado. Integra esse documento a efetivação de 30% do adicional de risco sobre o salário atual dos carteiros.
No Estado, os carteiros representam em média 50% do número de funcionários da empresa. São 650 profissionais que ganham pouco mais de um salário mínimo - R$ 650 - para enfrentar vários tipos de riscos: atropelamento, assalto, exposição ao sol, ataque de cães e até agressão física de clientes. Também sofrem com a carga excessiva de trabalho, pois a demanda de correspondência só aumento enquanto o déficit na contratação já atinge 40%, ou seja, seria necessário praticamente dobrar.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos e Serviços Postais (Sintect/M), Francisco da Silva Adão, a paralisação é motivada devido ao descumprimento de acordo feito entre representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores, do Ministério das Comunicações e da Empresa. “Quem faz a greve são os trabalhadores, que podem decidir pela paralisação caso não haja avanço nas negociações”, disse.
Entre as cobranças feitas pela categoria está a criação de um novo plano de carreira e salários (PCCS). “O plano é necessário para o funcionário avançar dentro da empresa e ter perspectivas reais de crescimento na carreira”.
Outra reivindicação é referente ao adicional de risco de 30% sobre o salário dos carteiros. Estes profissionais, segundo Francisco da Silva, sofrem constantemente mordidas de cães e correm sérios riscos de contrair o câncer de pele devido à exposição diária ao sol.
“Nos últimos 90 dias registramos três casos de ataques de pit bulls contra carteiros”, afirmou. “E sempre temos casos de carteiros atropelados”, acrescentou.
A distribuição dos lucros também é um dos motivos que podem levar a categoria à greve. “Atualmente, a distribuição dos lucros só favorece o pessoal do alto escalão. O pessoal da base como o carteiro e atendente recebe valores irrisórios”.
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