Em dez anos, emprego na indústria cresce 32%, aponta IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (25) os resultados da Pesquisa Industrial Anual referente ao ano de 2006. O levantamento mostra que o setor empregava 6,8 milhões de pessoas naquele ano, 1,657 milhão a mais do que dez anos antes (em 1996, o número total de vagas da indústria brasileira era de 5,143 milhões).
O crescimento foi de 32,2% em dez anos. Os dados mostram também que o emprego cresceu especialmente nos últimos seis anos. Em 2000, de acordo com o IBGE, havia 5,31 milhões de pessoas trabalhando na indústria nacional – isso significa que, em seis anos, houve um aumento de quase 1,5 milhão de empregos, ou alta de 27,9%.
Renda
Dos 6,8 milhões de trabalhadores empregados na indústria em 2006, o IBGE detectou que a metade trabalha em grandes empresas (com 250 funcionários ou mais). O salário médio praticamente dobrou nos dez anos analisados pela pesquisa. O rendimento médio do funcionário do segmento industrial era de R$ 711,10 em 1996, passando para R$ 816,90 em 2000 e para R$ 1.350 em 2006.
Em 2006, além de concentrarem cerca de 70% do total dos salários da indústria, as grandes empresas do setor pagavam 5,3 salários mínimos a seus funcionários, em média, enquanto as pequenas e médias companhias pagavam 2,6 mínimos.
Considerado o salário mínimo de 2005 (R$ 350), isso representaria ordenado médio de R$ 1.855 para os funcionários de grandes empresas e de R$ 910 para os de pequenos empreendimentos.
Entre a geração de emprego das grandes empresas, o setor de veículos automotores é destaque, concentrando 8,5% do total de funcionários empregados.
Grandes empresas
O instituto também apurou que, entre 1996 e 2006, as grandes empresas ganharam participação, aproximando-se de 80% das riquezas geradas pela indústria. Em 1996, as companhias com mais de 250 funcionários respondiam por 73,9% do total produzido, número que subiu a 77,4% em 2000 e chegou a 78,9% há dois anos.
O peso das grandes empresas é elevado na indústria do fumo (15,9%) e no refino de petróleo e produção de álcool (36,8%), setores onde essas empresas são responsáveis por mais de 95% do valor da transformação industrial. Na metalurgia básica e na fabricação de veículos, o número de grandes empresas é relativamente pequeno (6,2% nos dois setores), mas o peso no valor gerado é forte: 92,9% e 90%, respectivamente.
Empresas e regiões
O número de grandes empresas industriais cresceu 8,8% no país entre 1996 e 2006, atingindo 3.448 companhias há dois anos.
O número de pessoas ocupadas em indústrias com mais de 250 funcionários teve crescimento de 24,9%, atingindo 3,4 milhões de pessoas.
Consideradas apenas as companhias com 1.000 empregados ou mais, a evolução no emprego foi de 29,9%. Entre os segmentos que mais cresceram dentro das grandes companhias estão: refino de petróleo e produção de álcool, mineração, metalurgia básica e celulose e papel.
Em dez anos, a participação das regiões no valor gerado pelas empresas com mais de 1.000 funcionários também mudou: o Sudeste perdeu participação, passando de 71,6%, em 1996, das riquezas para 64,4%, em 2006. O Sul teve leve variação negativa, passando de 15,5% para 14,7% em igual período.
As demais regiões ganharam importância: o Centro-Oeste passou de 1,2% para 3,3% de participação entre 1996 e 2006, enquanto o Nordeste saltou de 7,1% para 11,3% e o Norte variou de 4,5% para 6,3%.
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