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Economia
Sábado - 14 de Junho de 2008 às 16:37

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O salário pago pelas grandes empresas do comércio brasileiro não acompanhou a evolução do salário mínimo neste início de século. Segundo a mais recente Pesquisa Anual de Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o valor médio pago pelas companhias com mais de 250 empregados era de 4,7 salários mínimos em 2000. Seis anos depois, esse valor tinha caído para três salários mínimos.

Em relação a 2005, a receita operacional líquida cresceu 11,2%, chegando a R$ 1,1 trilhão. Desse total, 29,9% vieram de empresas com até 19 empregados, contra 29,2% de empresas com 500 ou mais funcionários. No ano anterior, as participações eram de 28,6% e 29,9%, respectivamente. O primeiro grupo reunia 1.510.476 empresas em 2006, contra 480 do segundo grupo.

Salário médio subiu

No setor como um todo, a renda dos trabalhadores recuou 10%, passando de dois salários mínimos em 2005 para 1,8 em 2006, mostra o levantamento.

O mínimo teve reajuste de quase 17% no período, passando de R$ 300 para R$ 350.

"O mínimo cresceu bastante, acima da inflação, e o salário médio não teve o mesmo fôlego", diz o técnico do IBGE Luiz Andres Paixão. – Mas o trabalhador do comércio teve ganho salarial.

Segundo ele, o salário médio real dos empregados no setor foi de R$ 623 mensais em 2006, contra R$ 601 em 2005, 3,7% a mais.

Em 2006, o segmento líder em produtividade foi o de combustíveis e lubrificantes. No atacado, cada trabalhador em atuação nessa atividade respondeu por um valor adicionado de R$ 168.199. No varejo, por R$ 34.004.

"É um segmento muito particular, que reúne poucas empresas, emprega pouca gente e gera muita receita", afirma o técnico.

Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, o setor passou por um processo de desconcentração em 2006. Por um lado, os números revelam maior dispersão do faturamento entre pequenas empresas; por outro, maior dispersão geográfica.

Pequenas lojas

Segundo Luiz Andres Paixão, o faturamento do setor concentra-se tradicionalmente nesses dois pólos: "As pequenas empresas são muito importantes para o setor, porque estão perto do consumidor".

Por serem numerosos, os pequenos estabelecimentos comerciais geram, juntos, receita comparável à das grandes empresas, como hipermercados, lojas de departamento e grandes atacadistas.

Paixão afirma que o fato de as pequenas terem se destacado em 2006 não representa uma mudança estrutural significativa. Avalia ser cedo para falar em tendência.

Segundo ele, o comércio manteve suas características estruturais básicas em 2006. Naquele ano, o setor totalizava 1,584 milhão de estabelecimentos, pertencentes a 1,510 milhão de empresas.

Empregos

O número de pessoas ocupadas chegava a 7,6 milhões, e o valor pago em salários e outras remunerações a R$ 61,6 bilhões.

O atacado continuou com a maior parcela do faturamento (41,8%), enquanto o varejo teve maior participação no número de empresas (83,6%), estabelecimentos (83,2%), pessoal ocupado (75,8%) e salários (64,6%).

O comércio de veículos automotores, peças e motocicletas foi o segmento que apresentou maior incremento em relação ao ano anterior: 14,5%.

Os motivos, segundo Paixão, foram a expansão do crédito, o alargamento dos prazos, a queda na taxa de juros há dois anos e a consolidação dos veículos bicombustíveis.





Fonte: JB Online

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