Metrô; solução para o trânsito II

Estava ao vivo no programa Cadeia Neles, da Tv Record, para falar de trânsito, quando o apresentador me perguntou qual seria uma solução. Lembrei-me de um curso de Administração Pública em Miami nos EUA, que participei em 1982, e o prefeito falava da viabilidade do metrô de superfície em função da altitude nível do mar. Aqui, a altitude é de 180 metros.

Cuiabá e Várzea Grande, cidades com um comércio ao longo de eixos como as avenidas Fernando Corrêa, Prainha, CPA e FEB podem se lançar ao desafio de modernizar o sistema, implantando o VLT (Veículo de Leve sobre Trilhos).

Podemos aproveitar o status de economia confiável para, através de concessão, viabilizar a construção do VLT por multinacionais interessadas em projetos de longo prazo. Campo Grande e Goiânia já estão trabalhando para implantar os seus metrôs, e as duas têm menos problemas de trânsito que Cuiabá.

O início do projeto seria informar melhor a população sobre os benefícios que este meio de transporte traria e colocar a discussão como pauta nas eleições de outubro. O futuro prefeito teria que assumir um compromisso de envolver toda a sociedade na busca de uma solução que, ao meu entendimento, passa por um sistema de transporte ágil, de qualidade, que permita que deixemos nossos veículos em casa, utilizando nos finais de semana, o que descongestionaria ruas e melhoraria a qualidade do ar.

Após o artigo publicado em A Gazeta, que pautou entrevista sobre o assunto para a TVCA, percebi que, ao contrário do que imaginei (que seria chamado de megalomaníaco), as pessoas apoiaram a idéia e a iniciativa de propor uma solução que seria muito mais de articulação e um bom projeto, do que dispêndio de recursos.

Vamos conclamar universidades, engenheiros e arquitetos a se empenharem para elaborar um projeto de integração metrô/ônibus. Isso atrairia para cá investidores europeus, asiáticos e norte americanos para, em parceria com o empresariado local, traçar um novo rumo e modelo de transporte coletivo para a nossa Capital. Um projeto onde seriam investidos quase R$ 200 milhões, sem comprometer as finanças do Estado e das prefeituras envolvidas.

O ex-Deputado Bento Porto, quando secretário de planejamento de Cuiabá, fez contatos com empresários japoneses, interessados em aprofundar a discussão em torno do assunto, porém, foram interrompidas pela administração e o assunto adormeceu.

Pela ousadia do governador Blairo Maggi em quebrar paradigmas, creio que não se furtaria de lutar com toda força política para ajudar Cuiabá na conquista de um sistema de transporte coletivo de qualidade e de baixíssimo impacto ambiental. Vivemos num novo momento, surfando na onda do grau de investimento. Vamos colher os frutos.

Juarez Fiel é diretor de Veículos do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT)