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Saúde
Terça - 10 de Junho de 2008 às 07:50

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No próximo sábado (14), toda criança com menos de 5 anos deve ser vacinada contra a poliomielite, doença conhecida como paralisia infantil. A vacina, chamada Sabin, é aplicada em gotas.

No Estado de São Paulo haverá 18,2 mil postos de vacinação, que funcionarão das 8h às 17h. A expectativa é de atender pelo menos 2,9 milhões de crianças --existem 3,08 milhões nessa faixa etária em todo o Estado.

"A vacina é a única forma de evitar essa doença", ressalta Helena Sato, coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado da Saúde.

A doença está erradicada do Brasil --o último caso foi registrado em 1989, na Paraíba. No Estado de São Paulo, o caso mais recente ocorreu em 1988, em Teodoro Sampaio (653 km de SP). Apesar disso, é preciso se proteger, porque quatro países ainda têm focos da doença --Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão.

Em 2007 foram registrados cerca de 1.300 casos de polimielite em todo o mundo. Muita gente que mora nesses países ou os visitou viaja para o Brasil e pode transmitir o mal. Quem viajar daqui para lá também precisa ter cuidados especiais --em São Paulo, o ambulatório de viajantes dos hospitais das Clínicas e Emílio Ribas prestam orientações.

A poliomielite é causada por três tipos de vírus da mesma família. Toda pessoa contaminada expele esse micróbio pelas fezes e a transmissão ocorre quando alguém tem contato com elas e depois permite que o vírus chegue à boca --após pegar um objeto contaminado pelas fezes, põe a mão na boca, por exemplo.

O vírus dissemina-se pela corrente sangüínea e chega ao sistema nervoso. Os primeiros sintomas são febre, náuseas, vômitos e dor abdominal.

"O período de incubação [tempo entre a contaminação e o início dos sintomas] pode chegar a 30 dias", afirma Helena Sato. Mas cerca de 90% das vítimas não desenvolvem praticamente nenhum sintoma. Outros 5% têm meningite --inflamação das meninges, membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal--, doença que, se for tratada adequadamente, não representa risco à saúde.

O problema é que os demais contaminados pelo vírus da poliomielite --de 1% a 5% do total-- têm paralisia, que normalmente atinge uma das pernas. Ela surge repentinamente e, quando detectada, não há como interromper sua evolução. Daí a importância da prevenção. A paralisia pode até matar.

A doença é mais comum em crianças --daí ser conhecida como paralisia infantil--, mas também pode atingir adultos. Mas eles não precisam ser vacinados, porque são protegidos pela eliminação do vírus entre as crianças. As pessoas vacinadas também eliminam, pelas fezes, substâncias capazes de imunizar quem não se vacinou.

Repetição da dose

Mesmo as crianças que estão com a vacinação em dia e já tomaram alguma ou todas as doses da vacina contra poliomielite devem ir aos postos no próximo sábado, caso ainda não tenham completado cinco anos de idade. Isso porque a vacina adicional não prejudica o organismo e ajuda a proteger quem não se vacinou. Por meio das fezes, a pessoa vacinada elimina os vírus atenuados contidos na dose recebida. Ao atingirem quem não se vacinou, esses micróbios oferecem proteção contra a doença. Outras vacinas que estejam atrasadas também estarão disponíveis no próximo sábado.

O calendário normal de vacinação prevê que toda criança tome três doses --aos dois, quatro e seis meses-- e dois reforços da vacina --com 1 ano e 3 meses e entre quatro e seis anos de idade.

No dia 9 de agosto será promovida uma nova campanha nacional de vacinação contra a pólio, da qual também deve participar toda criança com menos de cinco anos





Fonte: Agora

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