Preços da passagem aérea já subiram 11% este ano
De janeiro a maio deste ano, o aumento dos preços das passagens aéreas já está próximo do que foi registrado em todo o ano passado. Os valores das tarifas avançaram 11,13% nos cinco primeiros meses de 2008, ante inflação de 11,21% em 2007.
"Pode estar relacionado ao aumento do petróleo, mas não é só isso. Não dá para colocar a culpa só no petróleo", afirmou o economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), André Braz.
Os dados são referentes aos pacotes domésticos comprados com antecedência de 30 dias para viagens de lazer. São pesquisadas as principais rotas do Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Recife e Salvador.
Aumento está por vir
De acordo com os dados, em maio deste ano, os preços das passagens aéreas subiram 7,25%, enquanto, no ano passado, a alta foi de apenas 0,86%. A maior alta de preços, por sua vez, ainda está por vir.
"No que registramos na série histórica, a alta maior é em junho, julho e agosto, porque a procura é maior neste período. Tem a ver com a demanda. É natural subir na medida em que as férias vão chegando", afirmou.
Para se ter uma idéia, houve alta de preços de 9,03%, em junho do ano passado, de 11,15%, em julho, e de 6,87%, em agosto.
Companhias aéreas
No mês passado, a TAM, anunciou aumento dos preços da passagem aérea, devido ao encarecimento do petróleo. O yield (preço pago por cliente por quilômetro transportado) nacional deve crescer 7%, enquanto o internacional sofrerá aumento de 5% (em dólar).
Sobre a mesma questão, a GOL e a Varig anunciaram que somente tomarão uma decisão se o atual cenário de alta de preços do petróleo permanecer. As companhias informaram que é importante ressaltar que o preço da passagem também depende da taxa do dólar.
Já o chairman da nova companhia aérea brasileira Azul, David Neeleman, considerou que o aumento do preço do petróleo irá impactar no valor da passagem da empresa, como o que acontece com outras companhias do setor.
Alta do petróleo
Além do aumento da passagem aérea, o encarecimento do petróleo ainda impede que as companhias concedam descontos, de acordo com o presidente do Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas), José Márcio Mollo.
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aumentou o limite de descontos que as empresas podem dar aos passageiros para até 80% do valor do bilhete. Para Mollo, a despesa das companhias com combustíveis subiu de 30% para 45%, o que impede a prática de descontos.
Ele acredita em uma queda do preços dos bilhetes apenas no segundo semestre. "Após a alta temporada, e considerando o comportamento do preço do petróleo", explicou.
Comentários