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Nacional
Sexta - 06 de Junho de 2008 às 10:48

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O Brasil poderá, em 22 anos, acabar com as favelas e o déficit habitacional de 7,9 milhões de moradias caso mantenha os índices atuais de investimentos no setor. Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela consultoria Ernest & Young projeta investimentos de R$ 446,7 bilhões na área até 2030. Para zerar o déficit, composto por moradias inadequadas e coabitação (mais de uma família na mesma casa) e atender a demanda que surgirá com o aumento da população, o estudo projeta a construção de 37 milhões de novas residências. O crédito para financiamentos chegará a R$ 290,4 bilhões no período.

"O déficit por inadequação de moradia seria extinto e restariam algumas coabitações, mas por opção", diz Ana Maria Castelo, consultora da FGV. Segundo ela, as projeções do estudo levam em conta o crescimento anual de mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), a queda dos juros para financiamentos e o crescimento populacional, entre outras variáveis. A maior parte das moradias será destinada a famílias com renda mensal de R$ 2 mil a R$ 4 mil. Ana Maria ressalta que a renda dos trabalhadores também deve aumentar nos próximos anos, por isso haverá menor necessidade de habitações para faixas salariais de até R$ 1 mil.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e diversas outras entidades ligadas à questão habitacional não confiam nessas projeções. Acreditam que apenas com subsídios governamentais será possível reduzir o déficit de moradias. No dia 18, o grupo apresentará ao Congresso Nacional proposta de emenda constitucional para garantir recursos ao financiamento de casas populares, para famílias com renda entre um e quatro salários mínimos

(R$ 415 a R$ 1.660). "Mais da metade do déficit habitacional está nessa faixa e o boom de construções verificado atualmente não engloba essas famílias", diz Miguel Sastre, membro do Núcleo de Habitação Popular do Sinduscon.

O grupo, formado por movimentos pró moradia, associações de empresas do setor e centrais sindicais, entre outros, propõe que sejam destinados ao subsídio da compra da casa própria 2% de toda a arrecadação da União e 1% das arrecadações do Estados e municípios. As famílias beneficiadas também entrariam com uma parte do financiamento.





Fonte: AE

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