Justiça inocenta equipe que retirou pulmão saudável de paciente
A justiça britânica inocentou a equipe médica que retirou o pulmão saudável de um paciente alegando um diagnóstico de câncer.
O britânico John Turner faleceu cinco meses depois da cirurgia. Uma biópsia realizada no órgão retirado revelou que não havia nenhum tumor no pulmão.
Turner, de 61 anos, procurou o hospital Furness General Hospital, na cidade de Barrow, em Cumbria, no noroeste da Inglaterra, em 2006. Os médicos realizaram alguns exames e o diagnosticaram com um câncer no pulmão direito. Ele foi então submetido a uma cirurgia para retirada do órgão em janeiro de 2007.
De acordo com o veredicto anunciado na quarta-feira, apesar de ter sido desnecessária, não há provas de que a cirurgia tenha provocado a morte do paciente.
O legista Alan Sharpe, que analisou o caso, criticou as autoridades de saúde envolvidas e afirmou que houve uma falta de comunicação entre os médicos que examinaram o paciente.
O veredicto estabeleceu ainda que Turner teria morrido vítima de uma pneumonia agravada pela operação e por conta de uma asbestose causada pela exposição contínua ao asbesto (fibra também conhecida por amianto) durante seu trabalho como soldador.
Em uma declaração enviada à BBC Brasil, o diretor do hospital, Tony Halsall afirmou que a equipe médica que tratou de John Turner agiu com "boa fé" em todos os momentos do tratamento.
"O pulmão direito estava em condições precárias por causa de uma doença relacionada à exposição aos asbestos. Uma seqüência infeliz de eventos levou os médicos do hospital a acreditarem que o pulmão também estava canceroso", afirmou o diretor no comunicado.
Em uma entrevista ao jornal local News & Star, a viúva de John Turner, Margaret, mãe dos quatro filhos do paciente, afirmou que não irá desistir de encontrar respostas para as causas da morte do marido.
“Demorou um ano para chegarmos a este estágio e ainda não temos respostas, mas iremos consegui-las no final”, disse ela ao jornal.
“Esse sistema [de saúde] despedaçou e decepcionou nossa família. Vamos deixar o caso nas mãos de nossos advogados”, afirmou a viúva.
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