Pesquisador aponta fragilidade na fiscalização da segurança privada
A pouca fiscalização da segurança privada é um dos principais problemas do segmento no país, afirma o pesquisador André Zanetic, da USP. Segundo ele, um dos fatores que prejudicam o trabalho de fiscalização da Polícia Federal é a carência de agentes públicos para acompanhar tantas empresas e tantos vigilantes, sejam legais ou clandestinos.
"Existe uma carência grande tanto de recursos humanos quanto de recursos tecnológicos de bases de dados, para que se tenha controle dessas empresas, principalmente porque é um mercado muito novo e que tem se expandido de forma muito rápida. Isso também dificulta o controle", disse o pesquisador.
Para ele, a fiscalização tem melhorado nos últimos anos, por pressão das próprias empresas de segurança privada. As firmas maiores e mais consolidadas no mercado brasileiro têm interesse em maior regulação do setor: "As empresas regularizadas, que são um setor muito forte, que só tem crescido, só têm a ganhar com a polícia exercendo uma fiscalização eficaz sobre as empresas clandestinas."
O coordenador de Controle da Segurança Privada, delegado Adelar Anderle, reconhece que a Polícia Federal não tem recursos para fiscalizar todas as empresas de segurança privada, mas ressalta que a instituição conta com a ajuda de outras empresas e da própria sociedade para denunciar irregularidades.
No entanto, disse ele, a Polícia Federal tem buscado melhorar seus serviços, com ações como a implantação de um novo sistema de gerenciamento da segurança privada (Gesp), desde 2006, e a realização das chamadas operações "varredura", de fiscalização em cada estado, desde fevereiro deste ano.
As operações desse tipo são realizadas por equipes de 30 agentes, sendo um policial de cada Estado e mais três da coordenação. Eles passam uma semana fazendo fiscalizações em um Estado escolhido para o combate a ações clandestinas de vigilância privada.
O trabalho, iniciado em Pernambuco, já foi feito em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Tocantins. "A cada nova experiência, vai aumentando a eficiência da operação, porque os policiais vão ficando mais experientes. Por isso, estamos chamando um policial de cada Estado, para levar para seu estado as experiências vividas nessa operação", afirmou Anderle.
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