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Nacional
Sábado - 31 de Maio de 2008 às 05:32
Por: André Caramante/Kleber Tomaz

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Investigado sob a suspeita de integrar uma rede de pedófilos que oferece programas pela internet e age na cidade de São Paulo, o tenente da Polícia Militar Fernando Neves Braz, 34, da Força Tática do 5º Batalhão (zona norte), suicidou-se na manhã de ontem após receber uma ordem de busca e apreensão em seu apartamento.

Braz estava na corporação havia 11 anos, era casado e pai de uma menina de nove anos. Ele se matou com um tiro na cabeça com a própria arma (uma pistola da PM) no banheiro de seu apartamento, no quarto andar de um prédio na av. Nova Cantareira, na região da Vila Santa Inês (zona norte).

Braz foi o oficial da PM que, na noite de 29 março, comandou a equipe de 30 policiais que fez uma varredura no edifício London, na Vila Isolina Mazzei (zona norte), logo após a menina Isabella Nardoni, 5, ter sido jogada pela janela do sexto andar. A equipe de Braz procurava um suposto ladrão.

A 5ª Delegacia Seccional Leste chegou ao nome do tenente após prender no dia 24, na zona sul, o operador de telemarketing e pai-de-santo Márcio Aurélio Toledo, 36. Ele foi preso e indiciado por pornografia infantil, acusado de distribuir imagens de sexo de adultos com crianças em salas de bate-papo da internet.

O delegado André Pimentel suspeita que Toledo oferecia os programas com as crianças com a condição de também fazer sexo com os pedófilos. Até o momento, nenhuma vítima foi identificada.

Para chegar à identidade de Toledo, os policiais civis contaram com denúncias feitas por um homem que se relacionava com ele pela internet e para quem havia dado o número de telefone.

Com autorização judicial, o telefone de Toledo foi grampeado. No dia 22, ele e Braz mantiveram duas conversas telefônicas. Nelas, ambos falam sobre uma menina, supostamente de seis anos, que estaria na casa de Toledo e que, nas palavras dele, "já havia sido avisada que iria ser feita mulher naquela noite".

Os policiais civis flagraram o carro do oficial da PM passar várias vezes pela rua onde mora Toledo. No Gol, os policiais sabiam que ele levava uma filmadora e uma câmera fotográfica.

Na noite de anteontem, o Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) concedeu um mandado de busca e apreensão para quatro endereços vinculados ao oficial da PM.

De folga, Braz foi chamado ontem de manhã à sede do 5º BPM, onde recebeu a notícia da ordem de busca em seu apartamento e partiu para lá com os policiais civis e com agentes da Corregedoria da PM.

Ao entrarem, Braz correu para o quarto, pegou sua arma, ameaçou os policiais, foi ao banheiro e se matou.

A polícia apreendeu quatro computadores. Os aparelhos passarão por perícia, assim como vários CDs e disquetes.

Na sexta-feira, senadores da CPI da Pedofilia farão ações em São Paulo e uma audiência no Ministério Público Estadual. O caso envolvendo o oficial da PM será debatido no evento.





Fonte: Folha de S.Paulo

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