Brasil começa a entrar no time dos países mais confiáveis

O segundo investment grade obtido pelo Brasil amplia bastante o potencial de atração de recursos. Algumas estimativas apontam para a possibilidade de um ingresso adicional de recursos da ordem de até US$ 200 bilhões nos próximos dez anos. O Brasil começou a entrar no time dos países mais confiáveis do mundo.

Mas é importante observar que atingiu apenas o primeiro estágio desta graduação. Ainda há um longo caminho a ser trilhado, o que na prática significa que a economia brasileira melhorou, mas está em um processo de reestruturação, que não vai se consolidar de uma hora para outra.

As contas externas melhoraram, a dívida diminuiu, as reservas cambiais atingiram patamar recorde. Tudo isso reduziu o risco de o País dar um calote, não honrar os compromissos, como ocorreu com a moratória nos anos 80. Essa vrada foi fundamental para o investment grade.

Fora isso, a economia brasileira trilha um caminho de estabilidade, com perspectivas de um ritmo de crescimento mais estável, sem os solavancos que levaram a sucessivos planos econômicos. O próprio compromisso reafirmado pelo Banco Central de manter a inflação dentro da meta, através da elevação dos juros, é visto com bons olhos, na medida em que ajuda a preservar a estabilidade.

Mas o Brasil ainda deve resultados melhores, para avançar mais na graduação do investment grade. As contas públicas precisam viabilizar superávits através de uma composição mais saudável, possivelmente com redução da carga de impostos e do ritmo de expansão de gastos com a máquina pública.

As contas externas tem de avançar na consolidação de um quadro de menor vulnerabilidade frente às flutuações de investimentos estrangeiros. A infra-estrutura tem de ser melhor trabalhada para não trazer riscos ao bom ritmo de expansão da economia. Enfim, o Brasil está no bom caminho, mas a estrada é longa.