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Internacional
Sexta - 30 de Maio de 2008 às 03:38

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Um homem enforcado em 1922 pelo estupro e assassinato de uma garota de 12 anos em Melbourne, na Austrália, foi perdoado pelo crime na terça-feira (27), depois que novos testes mostraram que as provas contra ele eram forjadas. O nome do felizardo é Colin Campbell Ross.

"É um caso trágico, em que um erro judicial resultou no enforcamento de um homem", disse o procurador-geral Rob Hulls. "O perdão é o reconhecimento de que há sérias dúvidas quanto à condenação do senhor Ross por assassinato."

A Austrália é uma forte opositora da pena de morte. O último enforcamento aconteceu em 1967, também em Melbourne. O bandido pé-de-chinelo Ronald Ryan foi executado por seu envolvimento em uma fuga da prisão, durante a qual um guarda foi morto a tiros.

Hulls disse que o caso de Ross é um aviso para aqueles que querem reintroduzir a pena de morte no país, abolida formalmente em no estado de Victoria em 1975. Ele causou polêmica desde o enforcamento, apenas 115 depois da prisão do suspeito. Testemunhas garantiam que ele estava no trabalho no momento do crime. Ross jurou inocência até o último momento.

Os promotores se basearam em fios de cabelo encontrados num cobertor na casa de Ross e numa suposta confissão que ele teria feito a um colega da cadeia - que tinha na ficha condenações por perjúrio. Os especialistas da época concluíram que o cabelo era da menina encontrada morta Alma Tirtschke.

Um pesquisador encontrou esse cabelo usado como prova em um arquivo em 1995. Novos testes acabaram provando que eles não pertenciam à vítima.

O procurador-geral Hulls pediu que o caso fosse reaberto dois anos depois. Uma comissão de juízes concluiu que o processo estava cheio de falhas.

A sobrinha de Ross, Betty Everett, que falou em nome da família, disse estar aliviada ao saber que o tio não era um assassino. "Uma sombra foi tirada do meu coração", disse ela à rádio australiana ABC.

Já a sobrinha da vítima, Bettye Arthur, declarou ao jornal "Melbourne"s Age": "É uma tragédia para todos os envolvidos que o verdadeiro culpado não tenha sido pego e que um homem inocente tenha perdido a vida".





Fonte: AP

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