Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 29 de Maio de 2008 às 20:15

    Imprimir


O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, anunciou nesta quinta-feira que a empresa que deverá nascer da fusão com a Brasil Telecom tem planos de investimento no exterior, principalmente em países vizinhos do Brasil.

Para ele, a movimentação será necessária para conseguir uma "escala mínima para competir no mercado."

"Nós queremos é comprar um monte de coisa, barato pra caramba. O problema é que todo mundo quer isso", resumiu aos jornalistas, ao final de audiência pública realizada na Câmara dos Deputados.

Nos próximos cinco anos, a nova empresa pretende investir cerca de R$ 30 bilhões. O objetivo imediato é chegar a 100 milhões de clientes - a empresa nasceria com cerca de 45 milhões.

"Precisamos desesperadamente chegar a 100 milhões, porque, se vamos brigar por escala, precisamos ter uma escala mínima para competir", disse.

Além dos clientes que serão buscados no exterior, os planos de expansão têm como meta atingir 22 milhões de clientes na telefonia fixa, 38 milhões na telefonia celular, 12 milhões na banda larga e ainda a entrada no mercado de TV por assinatura.

O presidente da Oi explicou que os recursos para investimento não virão apenas do caixa da nova empresa, mas também por meio de troca de ações com outras empresas.

A preocupação de Falco é com o tempo. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estuda a flexibilização das regras do Plano Geral de Outorgas (PGO), que atualmente proíbe a fusão das duas concessionárias de telefonia fixa. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também avalia a operação.

"Nós não temos nenhuma garantia de que o governo vai aprovar a compra; empresários assumem riscos. Mas, se não for aprovada, vamos ter um problemão e ainda vamos perder R$ 815 milhões", disse o presidente da Oi, contabilizando os R$ 500 milhões de multa que deverá pagar a Brasil Telecom, em caso de desistência do negócio, e outros R$ 315 milhões que foram necessários para eliminar pendências judiciais entre os acionistas da BrT.

Competição -- O empresário afirmou, contudo, que confia na aprovação, já que o PGO tem como foco a competição no mercado, que, ele afirma, vai aumentar com o surgimento da nova empresa.

Ele destacou que a nova empresa, que está sendo chamada de "Super Tele", "é mais tele do que super". E ressaltou que, no mercado mundial, os grupos mexicano (Telmex-Claro) e espanhol (Telefónica) são respectivamente três e oito vezes maiores que a companhia que poderá nascer da fusão.

"Os estrangeiros saíram na frente. A gente vai precisar consolidar a empresa nacional e ir caminhando", disse.

O presidente da Oi também negou que vá ocorrer uma concentração de mercado.

"Se a gente comprasse uma empresa da Argentina, por exemplo, diriam que estamos ganhando escala. Como a compra é no Brasil, dizem que estamos concentrando", afirmou.

Enquanto aguardam uma decisão sobre a compra, as duas empresas estão com administrações independentes, explicou Falco.

"Não há nenhuma troca de informações até a definição da mudança do PGO".

Nova audiência -- Na Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Falco também ressaltou que há um acordo para a manutenção dos postos de trabalho nas duas empresas por um período de três anos e acrescentou que há previsão de abertura de 800 novas vagas em todo o país.

Ele também foi questionado em vários momentos pelos parlamentares sobre a possibilidade de aumento de tarifas.

"A expansão virá pelo aumento da massa de clientes e serviços e não de tarifas", respondeu. "Os contratos de concessão de telefonia exigem que todo o ganho de produtividade seja automaticamente repassado aos consumidores", completou.

A Oi comprou a Brasil Telecom por mais de R$ 5,8 bilhões. O anúncio foi feito no dia 25 de abril deste ano. Falco afirmou que a operação não incluiu dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), apesar de o banco ser acionista da Oi.

Na próxima terça-feira, uma nova audiência pública na Câmara deverá reunir o ministro das Comunicações, Hélio Costa, o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.





Fonte: Uol Economia

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/179597/visualizar/