Após 16 dias, China salva 40 vítimas do terremoto
O Exército chinês resgatou 40 pessoas que, isoladas do mundo pelo terremoto de 12 de maio, sobreviveram por 16 dias com poucos mantimentos, informou a imprensa estatal, enquanto a chuva ameaça criar novas catástrofes para milhões de sobreviventes.
Um helicóptero militar retirou 40 pessoas de uma aldeia devastada nas montanhas, onde algumas delas passaram mais de duas semanas com pouco mais que arroz e plantas selvagens, informa o jornal Huaxi Dushi Bao.
A estrada que leva à cidade Yabgjiagou, a 20 km da localidade mais próxima, estava bloqueada por deslizamentos de terra.
Este resgate é mais um de uma lista de histórias extraordinárias de sobrevivência, mas que representam apenas uma pincelada de boas notícias em meio ao horror provocado pelo terremoto, que deixou 88.000 mortos e desaparecidos.
A prioridade para as autoridades agora continua sendo a gestão das conseqüências do terremoto, enquanto cresce o risco de inundações por causa das chuvas.
A principal tarefa é a drenagem de um lago formado no rio Jian após o tremor. Este lago ameaça transbordar e inundar uma área na qual vivem milhões de pessoas.
Outro problema grave é a presença de 5.000 toneladas de produtos químicos perigosos em uma área próxima ao rio, na região de Tangjianshan, informou a agência regional de proteção ao meio ambiente.
Os trabalhos para a remoção deste material perigoso, incluindo ácido clorídrico, devem começar nas próximas horas.
As autoridades se preparam para prosseguir com a retirada da população. Até o momento, 158.000 habitantes já foram retirados das zonas de perigo mais iminente.
"Os especialistas calcularam quais partes da cidade seriam inundadas se a represa natural transbordasse e estas pessoas já foram evacuadas", explicou à AFP Han Jun, de 30 anos, habitante de Xiangquan.
Na vizinha Mianyang, as autoridades submeteram a população a várias simulações de evacuação.
"Os esforços consistem em colocar 1,3 milhão de habitantes em movimento em quatro horas, caso o dique do lago se abra completamente", explicou o líder do Partido Comunista da cidade, Tan Li.
A China prossegue ainda com os esforços para levar alimentos, abrigo e medicamentos aos milhões de sobreviventes.
A ajuda estrangeira tem sido vital nas operações humanitárias e o ministério chinês das Relações Exteriores afirmou que pode aceitar o auxílio do Exército japonês para levar ajuda às zonas devastadas.
Caso isto aconteça, seria a primeira missão aérea militar japonesa na China desde que as tropas invasoras de Tóquio deixaram o país ao fim da II Guerra Mundial.
O terremoto de 12 de maio na China deixou 68.516 mortos confirmados e 19.350 desaparecidos, anunciou o governo chinês. De acordo com o balanço, ainda provisório, o número de feridos no tremor, que chegou a 8 graus na escala Richter, chega a 365.399.
O número de pessoas desabrigadas é superior a 15 milhões e mais de 15.000 feridos permanecem hospitalizados.
O governo revelou ainda que as ajudas e doações recebidas na China e no exterior totalizam 37,3 bilhões de iuanes (3,45 bilhões de euros).
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