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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 29 de Maio de 2008 às 14:30

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A Fitch Ratings elevou nesta quinta-feira a nota do Brasil de "BB+" para "BBB-", o que coloca o país no grupo dos países grau de investimento, desta vez pelo viés desta agência de classificação de risco. O anúncio da Fitch confirma a promoção do rating brasileiro anunciada no final de abril pela agência Standard & Poor's, que foi a primeira a chancelar o país como bom pagador.

"A alta do rating reflete uma melhora dramática das balanças pública e externa do Brasil, que tem reduzido a vulnerabilidade brasileira ante os choques externos e cambiais e fortifica a estabilidade econômica e reforça suas previsões de crescimento de médio prazo", disse a agência em seu comunicado.

"As autoridades têm estabelecido um caminho de compromisso com a inflação baixa e com o superávit primário, que vêm eliminando as antigas preocupações sobre a sustentabilidade fiscal no médio prazo", continua a nota.

Quase uma semana depois do anúncio da Standard & Poor's, a Fitch confirmou que o seu rating do Brasil estava sob reavaliação, após a imprensa noticiar que a equipe principal de analistas visitou o país e teve contato com autoridades governamentais.

No início deste mês, a terceira grande agência de classificação, a Moody's, apontou a dívida pública brasileira como um dos principais empecilhos à melhora na avaliação do rating soberano do país. A atual nota (Ba1), segundo o grupo, ainda classifica o Brasil como grau especulativo, categoria que engloba nações de maior risco de crédito na comparação com países da categoria grau de investimento.

Ontem, uma agência menor, a canadense DBRS, elevou o rating do Brasil. A DBRS justificou sua decisão citando "a grande previsibilidade das políticas macroeconômicas", "o fortalecimento estrutural das receitas públicas gerais" e a "melhora tanto no tamanho quanto na estrutura da dívida pública".

O grau de investimento é a classificação dada pelas agências de rating a países com poucas chances de deixar de honrar suas dívidas. Com a nota, o Brasil pode receber recursos de grandes fundos internacionais que só têm autorização para investir em mercados que já conquistaram o carimbo de bom pagador. Alguns desses fundos exigem ainda que pelo menos duas agências considerem o país "investment grade", o que acontece a partir de hoje.

Entenda

O rating é uma opinião sobre a capacidade de um país ou uma empresa saldar seus compromissos financeiros. A avaliação é feita por empresas especializadas, as agências de classificação de risco, que emitem notas, expressas na forma de letras e sinais aritméticos, que apontam para o maior ou menor risco de ocorrência de um "default", isto é, de suspensão de pagamentos.

Para publicar uma nota de risco de crédito, os especialistas dessas agências avaliam além da situação financeira de um país, as condições do mercado mundial e a opinião de especialistas da iniciativa privada, fontes oficiais e acadêmicas.

O rating é sempre aplicado a títulos de dívida de algum emissor. Se uma empresa quer captar recursos no mercado e oferece papéis que rendem juros a investidores, a agência prepara o 'rating' desses títulos para que os potenciais compradores avaliem os riscos.

As agências, portanto, classificam debêntures, "medium-term notes', títulos de dívida conversível, mas não ações.





Fonte: Folha Online

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