PF prende deputado Álvaro Lins; Anthony Garotinho é denunciado
O deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins (PMDB-RJ) foi preso em flagrante pela PF (Polícia Federal), na manhã desta quinta-feira, durante operação feita por força de mandados expedidos pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região. Outras sete pessoas supostamente ligadas a Lins devem ser presas nesta operação batizada de Segurança Pública S/A.
O TRF, segundo a PF, além de expedir mandados, também aceitou uma denúncia contra o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) por formação de quadrilha armada.
Por telefone, a reportagem tentou entrar em contato com os assessores de imprensa de Lins e de Garotinho, sem sucesso; e entrou em contato com o advogado de Lins, Sergio Mazzillo, mas foi informada pela secretária de que ele estava em reunião e não podia atender.
Lins comandou a Polícia Civil do Rio nos governos de Garotinho e da mulher dele, Rosinha. O atual deputado estadual é investigado desde 2006 suspeito de ter protegido os contraventores Rogério Andrade e Fernando Iggnácio na guerra pelo controle de caça-níqueis. De acordo com a PF, ele foi preso por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, corrupção passiva e facilitação ao contrabando.
Durante o dia deverão ser cumpridos, ao todo, 16 mandados de busca e apreensão.
Na época da campanha para deputado, Lins enfrentou acusações de uso irregular de carros oficiais, armas e agentes do Estado para sua segurança. Houve suspeitas de que ele tivesse prometido contratar "excedentes aprovados em concurso da Polícia Civil, em troca de votos.
Imunidade parlamentar
Os trabalhos desta quinta, de acordo com a PF, são desdobramentos da operação Gladiador, realizada em 2006, que culminou no fechamento de 28 casas de bingo e apreensão de 4.800 máquinas caça-níqueis no Rio. Lins não podia ser investigado naquela ocasião porque já havia sido diplomado deputado --com imunidade parlamentar, portanto.
Desta vez, porém, ele foi preso em flagrante, um procedimento que independe da imunidade parlamentar. Não foram divulgadas as circunstâncias da prisão de Lins.
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