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Internacional
Quinta - 29 de Maio de 2008 às 10:39
Por: EFE

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Natascha Kampusch --a jovem austríaca que passou oito anos seqüestrada em um porão, até escapar, em 2006-- disse nesta quinta-feira que o caso de abuso sexual e de incesto recentemente revelado em Amstetten (Áustria) "mudou sua forma de ver a vida".

A mudança de visão de Kampusch é expressada pouco depois de ser revelado que ela fará sua estréia como entrevistadora no domingo (1º), em um canal privado austríaco de televisão. O primeiro convidado do novo programa será o campeão mundial de Fórmula 1 Niki Lauda.

O caso de Elisabeth Fritzl, que foi seqüestrada por seu próprio pai aos 18 anos, e passou 24 anos presa em um porão, submetida a incontáveis estupros, que resultaram em sete filhos, levou-a a refletir muito, explicou Kampusch em uma entrevista ao semanário "News".

"Cheguei à conclusão de que sou muito jovem, e de que não adianta nada eu me trancar em casa como uma avó e agir de forma pessimista", disse ela, após ter comparado seu caso ao de Elisabeth.

"Tenho a maior parte da minha vida pela frente e gostaria de ser feliz. Não quero voltar a ficar isolada: já fiquei durante oito anos", acrescentou.

Kampusch, atualmente com 20 anos, foi seqüestrada quando tinha apenas dez e passou grande parte do tempo em um cativeiro localizado embaixo da casa de seu seqüestrador, de onde só conseguiu escapar em agosto de 2006.

Na entrevista, ela também criticou as pessoas que antes "haviam dito tolices sobre seu caso".

"Digo para as pessoas que falavam que minha vida no porão foi um passeio que elas deveriam trancar-se durante uma semana em um quarto de 20 metros quadrados", afirmou.

Casa

Kampusch confirmou o que seus advogados já haviam informado: que ela é a proprietária da casa --a que solicitou como indenização-- de seu seqüestrador, Wolfgang Priklopil. Eles também disseram que ela chegou a ir à casa durante o período em que esteve seqüestrada.

"Estive lá para resolver algumas coisas sem importância. Fiquei um pouco surpresa ao ver o que a polícia fazia no local. Há enormes buracos na parede por todos os lados", disse.

Sobre sua vida diária, Natascha disse ter a sensação de que as pessoas começam a vê-la com normalidade, e não mais como "uma extraterrestre".

A jovem diz que continua sem namorado e está à espera de um "príncipe encantado", embora se declare muito cautelosa --e até um pouco paranóica-- com os temas relacionados ao amor.

"O principal problema é que continuo a achar que os meninos só se aproximam de mim pelo fato de eu ser famosa", disse ela.





Fonte: Folha Online

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