Professores da rede estadual mantêm estado de greve
Os trabalhadores da rede estadual de ensino decidiram manter o estado de greve até a conclusão da primeira avaliação quadrimestral das receitas do Estado, marcada para o dia 10 de junho. A proposta foi encaminhada pelo Conselho de Representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), neste final de semana, e votada em assembléia geral, nesta segunda-feira. O presidente do sindicato, Gilmar Soares Ferreira, reafirmou a luta pelo piso. “Precisamos nos reorganizar para construir condições favoráveis ao piso de R$ 1.050”.
O secretário de Redes Municipais do Sintep/MT e integrante do Grupo de Trabalho para as análises da receita, Júlio César Martins Viana, relatou o resultado da reunião do dia 15 de maio. “A Seduc (Secretaria de Estado de Educação) não apresentou a folha de pagamento total, em função de alguns contratos temporários que ainda não foram inclusos, mas já podemos concluir que o quadro de pessoal efetivo deste ano não difere muito do ano passado”. Isso porque o número de pessoas contratadas é praticamente o mesmo daquelas que se aposentaram. “Esses dados reforçam a viabilidade do piso reivindicado, já que os estudos foram baseados neles”, explicou.
Além disso, sustenta o sindicato, as informações repassadas pelo secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, apontam para uma arrecadação, em janeiro e fevereiro de 2008, 14% maior que o mesmo período de 2007. “Outra constatação feita pelo Sintep é que o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) continua não sendo aplicado na Educação, o que representa uma perda de mais de R$ 50 milhões”, acrescentou o sindicalista.
Mobilização - Os trabalhadores definiram ainda a realização de manifestações na próxima reunião de avaliação das receitas, que ocorre no dia 10 de junho, a partir das 9 horas, na Seduc/MT, e elaboração de documento cobrando a implantação do maior “piso possível”. Os professores vão colher assinaturas com o objetivo de pressionar o Poder Judiciário pela sentença de ação popular que exige a aplicação do IRRF na Educação. A ação está na 4ª Vara da Fazenda Pública, aguardando julgamento. “Enquanto a Justiça não sentenciar, não podemos dar continuidade nos encaminhamentos. Queremos o envolvimento de pais, alunos e professores nesta luta”, reiterou Gilmar Soares.
Comentários