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Internacional
Segunda - 26 de Maio de 2008 às 09:06

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Investigadores forenses no Peru encontraram uma vala comum que pode conter mais de 120 corpos de homens, mulheres e crianças.

As pessoas teriam sido massacradas há 24 anos pelo exército peruano na vila Putis, na região de Ayacucho, no sul do país. O massacre teria ocorrido durante o conflito entre o governo e a guerrilha maoísta Sendero Luminoso.

As equipes forenses, que começaram a escavar neste final de semana, já recuperaram pelo menos 25 corpos.

A violência entre o governo e o Sendero Luminoso, que teve como palco a região andina de Ayacucho, está sendo investigada por uma Comissão de Verdade e Reconciliação.

Civis enganados

A comissão concluiu que a base de Putis foi estabelecida para enganar e assassinar pessoas dos vilarejos da região. O Exército oferecia a base para acolher civis que quisessem fugir do conflito.

Na base, os soldados faziam os civis cavarem buracos, que, segundo eles, seriam usados para criação de trutas. Uma vez abertos os buracos, os civis eram mortos por suspeita de envolvimento com a guerrilha.

Os familiares dos mais de 100 homens, mulheres e crianças assassinados estão ajudando as equipes forenses a identificar os restos. Eles também estão depondo para um promotor público que investiga o caso.

Segundo o correspondente da BBC em Lima Dan Collyns, um memorial em homenagem às vítimas deve ser erguido no local.

A Comissão de Verdade e Reconciliação do Peru recomendou em 2003 que todos os locais suspeitos de servirem como valas comuns sejam investigados. No entanto, as exumações só começaram a acontecer nos últimos meses.

Até agora, poucos militares envolvidos em assassinatos e massacres durante as duas décadas de conflito foram indiciados.

Cerca de 70 mil pessoas morreram nos conflitos entre o Sendero Luminoso e o Exército. A comissão apontou que os guerrilheiros seriam responsáveis por mais da metade das mortes.





Fonte: BBC Brasil

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