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Economia
Terça - 20 de Maio de 2008 às 18:05
Por: Eduardo Cucolo

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O aumento nas taxas de juros provocou uma piora no perfil da dívida em títulos públicos. Segundo dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional, a parcela de títulos prefixados na dívida caiu de 36,26% em março para 34% em abril, devido ao resgate líquido de R$ 43 bilhões desses papéis. O percentual está abaixo da meta do governo, que é encerra o ano com pelo menos 35% desses títulos.

A participação dos títulos indexados à taxa Selic aumentou de 33,35% para 35,34% (a meta é que fique em no máximo 30%). Já os títulos ligados a índices de inflação tiveram seu peso aumentado de 27,39% para 27,63%, mas o Tesouro diz que não é possível vincular, nesse caso, esse aumento com os resultados da inflação.

Apesar dessa piora, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Guilherme Pedras, disse que é possível cumprir as metas para esse ano. "A gente acredita que aquelas metas continuam sendo factíveis. Por isso, a estratégia para o final do ano se mantém."

Além dos vencimentos de títulos programados para o início de abril, a redução dos prefixados também se deve a uma oferta menor desses papéis pelo Tesouro. Com a alta dos juros, o governo tem um custo maior para emitir esses títulos, por isso, optou por reduzir essas emissões.

"Por conta da elevação das taxas de juros no mercado, o Tesouro optou por ofertar menos prefixados", disse Pedras.

Houve aumento também no custo médio da dívida interna, que subiu de 12,62% ao ano nos 12 meses terminados em março para 12,64% ao ano para o mesmo período encerrado em abril. Segundo o Tesouro, esse resultado foi afetado pela alta dos índices de preços.

Por outro lado, o volume de títulos em poder do público com vencimento em até 12 meses caiu de 30,63% para 27,01%. O prazo médio da dívida total aumentou de 40,26 meses para 41, 65 meses. No caso da dívida interna, subiu de 37,80% para 39,26%.

Estrangeiros

A participação de investidores estrangeiros na dívida pública federal cresceu de 5,68% em fevereiro para 5,85% em março, segundo dados do Tesouro Nacional, que ainda não possui números atualizados para o mês de abril.

Para o coordenador-geral de Operações da Dívida, muitos investidores optaram por não vender os seus papéis de volta para o Tesouro por quererem manter seus investimentos em títulos brasileiros.

Em relação ao grau de investimento obtido no final de abril pelo Brasil, ele afirmou que não espera um aumento dos investimentos "da noite para o dia". "O efeito do grau de investimento sobre a dívida pública é mais de médio prazo", afirmou.

Abril

A dívida pública federal interna em títulos públicos caiu 2,5% em abril na comparação com março. O estoque total da dívida chegou ao final do mês passado totalizando R$ 1,218 trilhão.

O resultado se deve a resgates líquidos de R$ 43 bilhões e apropriação de juros de R$ 11,6 bilhões. Em abril, houve emissões de R$ 27 bilhões em títulos e resgates de R$ 70 bilhões.

Já a dívida pública total, que inclui também a externa, passou de R$ 1,356 trilhão em março para R$ 1,318 trilhão em abril, uma queda de 2,8%.

O PAF (Plano Anual de Financiamento) prevê que a dívida pública federal irá fechar este ano entre R$ 1,480 trilhão e R$ 1,540 trilhão.

A dívida pública externa caiu 6,25%, para R$ 99,6 bilhões.





Fonte: Folha Online

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