Venezuela acusa EUA de invadir seu espaço aéreo
O governo da Venezuela afirmou nesta segunda-feira que um avião militar dos Estados Unidos violou seu espaço aéreo no sábado, mesmo dia em que 60 militares colombianos teriam sido flagrados sem autorização dentro do território venezuelano.
O incidente com o avião foi qualificado como uma "provocação" pelas autoridades de Caracas.
"Acreditamos que foi uma operação consciente por parte das Forças Armadas dos Estados Unidos, e é um elo a mais na corrente de provocações com a qual querem envolver nosso país", disse o ministro de Defesa venezuelano, Gustavo Rangel Briceño, em uma coletiva, acompanhado do alto comando das Forças Armadas e do chanceler Nicolas Maduro.
A violação do espaço aéreo venezuelano teria ocorrido na noite do sábado, quando radares venezuelanos teriam detectado a presença do avião dos Estados Unidos.
De acordo com Briceño, o piloto do avião teria dito que estava realizando manobras de treinamento em Curaçao (ilha caribenha que faz parte das Antilhas Holandesas, localizada ao norte da Venezuela). Logo depois o avião teria se retirado.
"Reiteramos nossa missão pacifista, mas ao mesmo tempo colocamos à disposição do mundo nossa capacidade de defender nosso território", acrescentou Briceño.
Investigação
Para o governo, a incursão aérea e terrestre no sábado não ocorreram por coincidência.
"São com incidentes menores como esse que se pretendem criar incidentes maiores, para justificarem um conflito armado entre nossos países (Colômbia e Venezuela)", disse Maduro.
O governo da Colômbia nega as acusações. O ministro de Defesa, Juan Manuel Santos, disse em Bogotá que foi feita uma investigação interna, e a conclusão foi que nenhuma tropa colombiana teria cruzado a fronteira.
A chancelaria venezuelana disse que possui fotografias e outros documentos que comprovam a invasão de seu território. O chanceler Nicolas Maduro disse ter ativado os mecanismos diplomáticos para solucionar o incidente com o país vizinho.
No caso da aeronave americana, Maduro informou que o embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Duddy foi convocado para dar explicações sobre o incidente.
Maduro disse que discutirá na reunião de fundação da União de Nações Sul-americanas (Unasul) que será realizada em Brasília na próxima sexta-feira, a atual crise diplomática com o governo da Colômbia.
"Vamos abrir um debate aberto frontal (...) a Unasul nasce para garantir a soberania de nossa região", afirmou.
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