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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Junho de 2013 às 21:16

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A Justiça do Rio de Janeiro condenou, por homicídio culposo (sem intenção de matar) o empresário Thor Batista pelo atropelamento que matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na rodovia BR-040, na altura de Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em março do ano passado. 


 
A pena de dois anos de detenção, porém, foi convertida, e ele terá que prestar serviços comunitários. Além disso, Thor, que é filho do bilionário Eike Batista, terá que indenizar a família do morto em R$ 1 milhão a entidades de vítimas do trânsito.


 
A juíza Daniela Barbosa Assumpção, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, determinou que Thor deverá cumprir, durante uma hora por dia, prestação de serviços comunitários em entidade ainda a ser indicada. Nela, Thor terá que fazer atividades voltadas ao auxílio na recuperação de vítimas de acidente de trânsito.


 
Na sentença, a juíza aponta que Thor trafegava em “altíssima velocidade”, e que teve conduta “imprudente” ao dirigir acima da velocidade permitida. Segundo ela, isso indica que o filho de Eike Batista teve responsabilidade pelo acidente.


 
Família de vítima, Thor e Eike serão investigados
Além da condenação, a juíza determinou também o envio de peças do processo ao Ministério Público (MP), para que a promotoria investigue Marcio Tadeu Rosa Silva - amigo da família da vítima -, Eike Batista, Thor, e também Maria Vicentina Pereira e Cristina dos Santos Gonçalves- familiares de Wanderson. 


 
Todos os investigados fazem parte de um acordo que deu ao bombeiro Marcio Tadeu a quantia de R$ 100 mil a título de compensação “pelo auxílio e consolo à família da vítima”.


 
Thor pagou para Maria Vicentina Pereira e Cristina dos Santos Gonçalves - a mãe e a companheira de Wanderson - R$ 1 milhão, em um acordo. O valor foi dividido em duas partes iguais, e cada uma deu R$ 50 mil a Marcio, por sua ajuda no momento do acidente, conforme contou o advogado Cleber Carvalho Rumbelsperger, que defende a família da vítima, ao Terra. 


 
Em maio deste ano, Cleber afirmou que iria processar Thor por ter revelado o acordo. “Estava firmado no contrato, existe um valor a ser pago se isso (a confidencialidade) não fosse respeitado. O valor é de R$ 500 mil. (...) Por isso, vamos pedir o valor da multa prevista no contrato”, afirmou Cleber. 


 
Além de pedir a execução da multa, o advogado da família da vítima afirmou que entraria com um processo por danos morais contra Thor. Segundo ele, após a divulgação do valor pago pelo filho do empresário Eike Batista  Maria Vicentina e Cristina Gonçalves passaram a sofrer assédio de parentes e amigos.


 
“Muitos dizem ‘poxa, mas você disse que não ganhou nada’ e coisas desse tipo”, afirmou o advogado. Por conta das inúmeras ligações, a mãe da vítima deixou sua casa, de acordo com Cleber, e está na residência de parentes. 


 
O acidente
No dia 17 de março de 2012, o filho de Eike voltava de Petrópolis em seu Mercedes-Benz SLR McLaren prata, quando atingiu o ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos.


 
De acordo com a denúncia, Thor agiu de forma imprudente ao dirigir o veículo em velocidade incompatível com a pista, conforme laudo pericial. Foi demonstrado que o veículo trafegava pelo menos a 135 Km/h, enquanto a velocidade máxima permitida no trecho é de 110 Km/h.


 
Ainda segundo a denúncia, Thor ultrapassou um ônibus da empresa pela faixa da direita e, em seguida, momentos antes de atingir a vítima, repetiu a manobra irregular ao ultrapassar outro carro. Thor estava habilitado para dirigir desde dezembro de 2009.


 
O Instituto Médico Legal (IML) apontou que o ciclista havia ingerido bebida alcoólica antes do acidente: foi detectada concentração de 15,5 dg/l (decigramas por litro) de álcool no sangue da vítima.


 
A perícia listou seis indicadores que atestariam a velocidade mínima de 135 km/h da Mercedes no momento do atropelamento: a violência com que o pé da vítima foi amputado pelo impacto; a grande distância percorrida pelo corpo após a colisão; o carro ter parado alguns metros à frente da vítima; a bicicleta ter sido encontrada quase em frente ao corpo da vítima, mas no lado oposto da pista; os dados técnicos do veículo; e "a aplicação das leis físicas oriundas da mecânica newtoniana".




Fonte: Terra

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