Remédio anti-hipertensão usado em cirurgias pode matar, diz pesquisa
Uma pesquisa publicada na revista médica "The Lancet" diz ter detectado perigos graves associados ao uso dos chamados betabloqueadores durante cirurgias. Essa classe de medicamentos tem, entre outras aplicações, a prevenção de ataques cardíacos durante procedimentos cirúrgicos. No entanto, pesquisadores liderados por Philip Devereaux, da Universidade McMaster (Canadá), afirmam que eles podem praticamente dobrar o risco de derrames e morte ao longo das operações.
"Isso significa que, ao longo da última década, 800 mil pessoas teriam morrido prematuramente e 500 mil sofrido um derrame. O índice de mortes é o de uma guerra mundial", afirmou Devereaux ao jornal britânico "The Independent".
Para ser exato, os dados levantados pelos pesquisadores indicam que os betabloqueadores fazem o risco de derrame (acidente vascular cerebral) de 0,5% para 1% e o de morte de 2,3% para 3,1% durante cirurgias. O uso dessas drogas é recomendado pelo Colégio Americano de Cardiologia, mas, segundo a nova pesquisa, elas poderiam reduzir catastroficamente a pressão arterial dos pacientes operados.
Outros pesquisadores afirmam que é preciso levar em consideração o uso dos betabloqueadores caso e caso, além de considerar que o número de 800 mil mortes proposto pelos cientistas canadenses está superestimado.
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