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Tecnologia
Segunda - 12 de Maio de 2008 às 20:47
Por: Tatiana Resende

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Descendente do quase aposentado vídeo cassete, com fitas que comportam apenas seis horas de gravação, o DVR (Digital Video Recorder) chegou à era da alta definição no Brasil.

A Net, maior operadora de TV por assinatura do país, lançou em abril na capital paulista e em Belo Horizonte um decodificador que, além do conversor para TV digital aberta embutido, permite a gravação de até 100 horas de programação. Neste mês, o aparelho começou a ser vendido também na cidade do Rio de Janeiro.

Nos Estados Unidos, o TiVo é a marca líder de DVR e tem 3,95 milhões de assinantes, de acordo com o último balanço da empresa. O aparelho mais popular custa US$ 100 e o que grava em alta definição, a partir de US$ 300. Há ainda uma mensalidade de US$ 12,95.

O vice-presidente de tecnologia da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), Antonio João Filho, ressalta que, naquele mercado, a maioria das operadoras de TV paga já oferecem seus próprios DVRs atualmente. "O usuário adora esse produto, pois ele consegue tirar o melhor proveito da assinatura que paga."

Para ele, o lançamento da Net acontece no momento certo, pois o início das transmissões do sinal da TV digital aberta vai impulsionar as vendas de televisores de alta definição. "A conjugação entre TV digital e gravação é indissolúvel."

Nas palavras do professor da Escola Politécnica da USP Marcelo Zuffo, vai haver mudança de paradigma: do modelo de TV de fluxo para o de TV de armazenagem. "É uma evolução natural da digitalização", afirma.

Para os mais de 3.000 assinantes que já tinham comprado o decodificador da Net com conversor para TV digital aberta em São Paulo, que começou a ser vendido em dezembro por R$ 799, a operadora fez uma atualização do equipamento, que agora está apto a gravar no formato padrão e em HD (alta definição, na sigla em inglês).

As vendas do equipamento devem crescer em ritmo mais acelerado a partir de agora, segundo o presidente da empresa, José Antonio Felix, com o impulso do DVR. "É o primeiro produto no Brasil com essa funcionalidade e um dos primeiros do mundo."

As concorrentes Sky e TVA já ofereciam aos seus clientes um DVR que permitia a gravação em definição padrão, ao contrário da Net, que "pulou" essa etapa e lançou logo o aparelho mais sofisticado. O objetivo é aproveitar a estréia dos canais em HD na TV paga --ainda são poucos e chegam na esteira de uma pequena parte da programação das emissoras abertas transmitida em alta definição. Na Net, o Globosat HD transmite o conteúdo de Telecine, GNT, Multishow e SporTV.

No próximo mês, a TVA promete lançar, na cidade de São Paulo, o decodificador com conversor por até R$ 350, mas ainda sem o DVR em alta definição, que só estará disponível no final do ano, com capacidade para 100 horas de gravação --o que grava em definição padrão chega a 60 horas. A programação diferenciada estará no HBO HD, canal que também está em negociação com a Net.

Já a Sky prevê a chegada do equipamento com as três funções para o início de 2009. O atual grava por 100 horas.

Entre os fabricantes de eletroeletrônicos, a LG é a pioneira com a linha de TV Time Machine, lançada em 2006. Em setembro do ano passado, chegou a segunda geração, com capacidade de gravação de 33 horas. Esse tempo é gravado em definição padrão, mas a hora adicional que é gravada automaticamente, para permitir os replays, já é captada em HD.

"Esse foi um dos produtos que alavancou a liderança da LG no mercado de LCD e plasma", comenta Fernanda Summa, gerente da empresa. O preço sugerido ao varejo do modelo de 32" de LCD, por exemplo, é R$ 3.099 -- só R$ 400 a mais que o aparelho convencional.

Desde o ano passado, a Philips tem um gravador de DVD, com preço sugerido de R$ 299, que possui um disco rígido que permite a gravação de 250 horas na memória interna.

Vale lembrar que, para ser considerada de alta definição, a TV precisa ter, pelo menos, 720 linhas verticais. As melhores já possuem 1.080 --as chamadas full HD. Para quem ainda tem TV de tubo (480 linhas), não vale a pena comprar conversores ou gravadores que exigem televisões com qualidade de imagem superior pois não será possível "enxergar" a diferença.





Fonte: Folha de S.Paulo

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