Lula pede compreensão de parlamentares para aprovar MPs da política industrial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que o Congresso precisará ajudar o governo a fazer com que a política industrial --que ele batizou de PAC da Indústria-- entre em vigor rapidamente. Segundo ele, parte da nova política será enviada como MP (medida provisória).

"Provisoriamente, algumas coisas desta política industrial terão que ser enviadas ao Congresso como medida provisória, porque senão elas não entrarão em vigor rapidamente, e nós poderemos, então, ter um retrocesso ou um atraso na política de desenvolvimento produtivo que estamos fazendo aqui. Certamente, nós vamos contar com a compreensão dos senadores e dos deputados, e certamente, como aconteceu nas obras do PAC, o Congresso vai dar uma demonstração de competência e vai votar as coisas com a rapidez que o Brasil precisa --não é o presidente que precisa", afirmou Lula no lançamento do programa, no Rio de Janeiro.

Lula aproveitou para alfinetar os críticos dos biocombustíveis, que são apontados como vilões da crise mundial de alimentos.

"Há mais chineses comendo. Há mais indianos comendo. Há mais africanos comendo. Há mais latino-americanos e brasileiros comendo. Isso é muito bom e não tem volta atrás. Alguns se assustam com esse fenômeno. O Brasil, não. Temos terras férteis, temos sol, temos tecnologia, temos força de trabalho, temos capacidade empresarial e agricultura familiar para responder a esse desafio. Não estamos diante de um risco, mas de uma oportunidade, e não pretendemos desperdiçá-la", afirmou.

O presidente também lembrou os 30 anos da greve da Scania-Vabis, comemorados hoje. "Hoje nós comemoramos um dia marcante na minha vida, na vida das conquistas democráticas do Brasil", disse. Lula afirmou que irá à fábrica para a comemoração vestindo uma camiseta com o texto "hoje eu estou bem, estou feliz, porque as coisas estão acontecendo no meu País".