Lula classifica crítica ao etanol de 'sacanagem pura'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta terça-feira (6) as críticas ao biocombustível como "sacanagem pura".

"Agora inventaram que vai faltar alimento no mundo porque o biocombustível está tomando o lugar da produção de alimento. É sacanagem pura, malangradem pura de quem não tem competência de competir com o Brasil", afirmou o presidente.

Em Manaus (AM), durante assinatura de termos para início de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Lula disse que o álcool norte-americano produzido de milho e o álcool alemão produzido da beterraba são mais caros do que o etanol de cana de açúcar do Brasil e precisam de mais espaço para serem plantados.

Para o presidente, a falta de alimentos no mundo é "um problema bom". "Na verdade, temos um problema de alimento, temos mais chineses comendo, mais brasileiros pobres comendo, mais latino-americanos comendo e acho que esse é um bom problema."

Próximo presidente

No mesmo evento, Lula também falou sobre a sucessão presidencial, disse que vai “fazer o próximo presidente da República” em 2010.

"O que eles [oposição] têm que saber, de alto e bom som, e podem até ficar mais com raiva de mim, é que nós vamos fazer o próximo presidente da República neste país. Eles podem ficar certos que nós vamos fazer [o próximo presidente]", afirmou Lula, em discurso.

O presidente, no entanto, voltou a descartar qualquer possibilidade de tentar um novo mandato em 2010. "Eles [oposição] sabem que eu sou um cumpridor da democracia e da Constituição e que, portanto, não tem essa de terceiro mandato. Termina agora em 2010."

Lula também mostrou preocupação em fazer dos atos do PAC "palanque" para campanha do partido, dizendo que "os atos do PAC estão ficando complicado para a presença do presidente". "A gente não pode transformá-los em atos de campanha porque é um ato oficial. É um ato institucional. Aqui é um lançamento de assinatura de contratos do governo federal."

Amazônia

O presidente criticou também os "palpiteiros" que falam da Amazônia. "Hoje tem muita gente falando sobre a Amazônia. Nunca vi tanta gente dando palpite. Se eles cuidassem da floresta deles como querem cuidar da nossa, não seriam países carecas porque já desmataram tudo."

"Não queremos que palpiteiros venham aqui dizer o que devemos fazer. Quando a gente quiser conselho, a gente pede. Quando a gente quiser opinião, a gente pede", completou Lula.

Segundo o presidente, na próxima quinta-feira (8) ele se reunirá com oito governadores em Brasília para discutir políticas para a Amazônia.