Governo confirma desligamento de termelétricas movidas a diesel
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu ontem (05), desligar todas as termelétricas do país que operam a óleo diesel. Com a decisão, a termelétrica Mário Covas, de Cuiabá, volta a paralisar as atividades. A usina tinha voltado a operar havia 30 dias, após sete meses de paralisação por falta de gás natural. No começo de abril a termelétrica voltou a operar com óleo diesel depois de autorização do Ministério de Minas e Energia e um acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS).
A usina vem gerando 190 MW por dia, desde 02 de abril, quando voltou a operar. A assessoria de imprensa disse ao site da TV Centro América, que até o momento não recebeu nenhum comunicado sobre a paralisação. Por isso continua operando normalmente.
A assessoria de imprensa do Ministério de Minas e Energia (MME) disse à reportagem do site da TVCA que o calendário para desligamento de todos as usinas cabe agora ao ONS. "A maioria já estava parada e aquelas que ainda continuam em operação devem ser desligadas nos próximos dias. Quem vai cuidar disso é o Operador Nacional do Sistema (ONS)", disse Fernando Henrrique Carneiro, assessor do MME).
As usinas termelétrica movidas a gás e a carvão em funcionamento desde o ano passado serão mantidas em operação, e apenas as usinas a óleo e a diesel serão desligadas.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a medida foi adotada para manter a “absoluta segurança” do sistema elétrico para o próximo ano, e também porque o Brasil vai fornecer energia para a Argentina a partir desta semana.
A decisão, de acordo com Lobão, poderá ser revista na próxima reunião do comitê. “Eu prefiro pecar por excesso de zelo que por falta”, disse.
As termelétricas foram mantidas ligadas para garantir que não haja risco de racionamento de energia no país. Dos 5,6 mil megawatts em produção, cerca de 2,2 mil serão desligados nos próximos dias, que é o correspondente à geração de usinas a óleo e a diesel.
O ministro garantiu que não há nenhum risco de falta de energia no Brasil em 2009 e 2010, e que o sistema elétrico brasileiro é monitorado constantemente.
“Nós tomaremos todas as providências que forem necessárias, se necessárias, e no momento necessário. O fato é que os consumidores devem ficar tranqüilos porque energia não faltará neste país”, afirmou.
Lobão informou que o custo para manter todas todas as usinas termelétrica em funcionamento é de R$ 300 milhões por mês, mas com o desligamento das térmicas a diesel e a óleo o custo remanescente será mínimo.
O ministro disse que o custo para manter as usinas a gás e a carvão em funcionamento é baixo em relação à segurança energética do país. “Esse custo se dilui ao longo do ano e o consumidor não paga um ônus por causa disso”, disse.
Lobão garantiu que o país não vai comprometer a segurança do sistema elétrico ao enviar energia para a Argentina. “Estamos fazendo um ato de solidariedade a um país irmão nosso, que em dado momento também nos socorreu. Nós devemos fazer isso, é uma questão de política, uma decisão de governo”, afirmou.
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