Posto que aumentar combustível deve ser denunciado, diz Lula
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta segunda-feira, 5, que o aumento nos preços dos combustíveis não terá nenhum reflexo para o consumidor e que "se algum posto estiver aumentando, as pessoas podem denunciar". A declaração foi feita no seu programa semanal de rádio o Café com o Presidente. O presidente só não explicou como e para quem o consumidor deve fazer a denúncia.
Na semana passada, o governo anunciou aumento de 10% do preço da gasolina e de 15% do diesel nas refinarias e, para minimizar o impacto nos postos, reduziu a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) - na gasolina, a Cide cairá de R$ 0,28 por litro para R$ 0,18; no diesel, de R$ 0,07 para R$ 0,03 por litro.
"O importante é que esse aumento não vai ter, na gasolina, nenhum reflexo para o consumidor. Por quê? Porque foi reduzida a CIDE. Ou seja, significa um aumento zero na bomba. No óleo diesel vai haver um aumento de 8.8%. O efeito disso na inflação é de apenas R$ 0,015, é muito pouco", afirmou Lula.
Para o presidente, "foi uma medida inteligente da equipe econômica, porque era preciso fazer um reajuste para a Petrobras. Ela está já há algum tempo sem reajustar, mas nós não queremos que esse aumento tenha um efeito na inflação. Por isso, foi feito um jogo combinado: o aumento com desconto na CIDE e isso diminui o efeito do aumento. É importante as pessoas ficarem atentas. A gasolina não aumenta nada no posto", ressaltou.
Grau de investimento
Lula falou também sobre o grau de investimento (investment grade) atribuído ao Brasil na última semana pela agência de risco Standard & Poors e chamou atenção para os gastos públicos. "Nós temos que saber que em política econômica você tem que estar de olho todo dia, porque você precisa olhar os gastos que você faz, você não pode gastar mais do que aquilo que você ganha. Ao mesmo tempo nós não podemos vacilar em não cumprir os compromissos que nós temos com o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, de fazer as obras de infra-estrutura".
"Eu acredito que nós precisamos ficar felizes, mas ao mesmo tempo é preciso muita seriedade e muita sensatez para que a gente não permita que a euforia nos faça abandonar a seriedade com que estamos trabalhando até agora", afirmou o presidente. Ele salientou ainda sobre o grau de investimento que "é um momento importante para o Brasil. Eu tenho dito que é quase como se fosse um momento mágico para o país. Mas eu digo sempre que tem que ter uma euforia comedida".
Segundo Lula, o Brasil está sendo visto pelas agências que medem o risco de um país como um país sério. "Um país que está com as suas contas em dia, um país que tem reservas suficientes para pagar sua dívida externa, um país que está com a inflação controlada, a economia crescendo, a indústria crescendo, aumentando a renda do trabalhador, diminuindo a exclusão social. O que vai acontecer agora? Teoricamente, fica mais fácil agora qualquer investidor estrangeiro investir no Brasil, porque agora o Brasil é um país que tem pouquíssimo risco".
O presidente disse que se espera que os investidores estrangeiros invistam mais na indústria, invistam mais em parcerias com brasileiros para produzir álcool, para produzir biodiesel, que se invista mais na indústria brasileira para que ela possa crescer mais, gerar mais empregos e, portanto, gerar mais salários para o povo trabalhador. Eu acho que é um momento importante para o Brasil".
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