Ciclone Nagris deixa quase 4 mil mortos em Mianmar
RANGUN - Quase 4.000 pessoas morreram e aproximadamente 3.000 estão desaparecidas desde a passagem de um forte ciclone por Mianmar no fim de semana, informou nesta segunda-feira, 5, uma rádio estatal. Numa transmissão a partir de Naypyitaw, a capital birmanesa, a rádio estatal especificou que quase 3.000 pessoas estão desaparecidas somente em uma cidade no delta do Rio Irrawaddy.
Antes de elevar a quase 4.000 o número de mortos, o governo de Mianmar informava que pelo menos 351 pessoas haviam morrido em todo o país depois da passagem no sábado, do ciclone Nargis. Um representante da Organização das Nações Unidas (ONU) em Mianmar informou ainda que centenas de milhares de birmaneses estão desabrigados e sem acesso a água potável desde a passagem do ciclone, cujos ventos alcançaram 190 quilômetros por hora.
O ciclone ocorreu em um momento delicado para a junta militar, que realizará um referendo sobre a nova Constituição no dia 10. Se for sentido que a junta militar não está atendendo as vítimas devidamente, os eleitores, que já culpam o governo pelo péssimo estado da economia e por impedir os avanços democráticos no país, podem votar contra o projeto da nova Carta.
O ciclone Nagris, que foi adquirindo força no Golfo de Bengala, devastou a antiga capital birmanesa, deixando as ruas cheias de veículos capotados, árvores caídas e escombros dos prédios afetados. Testemunhas disseram que o ciclone de sábado arrancou telhados de milhares de casas e deixou Rangum - onde vivem cerca de 5 milhões de pessoas - totalmente sem eletricidade. Um funcionário do departamento de eletricidade disse que era impossível prever quando será restabelecido o fornecimento de energia.
Segundo a TV estatal - que 36 horas após a passagem do ciclone ainda não estava sendo transmitida em Rangum - mais de 20 mil casas foram destruídas na Ilha de Haingyi, no Mar de Andaman. A TV controlada pelo Exército disse que cinco regiões do país foram declaradas zonas de desastre.
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