Polícia Federal retira pescadores que eram mantidos reféns por índios em Juina

Cerca de seis viaturas com 15 homens fortemente armados da Polícia Federal (PF) e Força Nacional de Segurança, retiraram na noite desta quinta feira (01) os sete pescadores que estavam em poder dos índios da etnia Rikbaktsa, desde o último domingo (27). A operação foi rápida, durou um pouco mais de quatro horas. Os policiais que vieram de Sinop onde realizam a operação “Termes”, chegaram em Juina por volta das 7 da noite, em seguida foram direto para a reserva que fica a 90 quilômetros de estrada e mais meia hora de barco.

Para o delegado Marcelo Xavier da PF que conduziu os trabalhos, à operação foi tranqüila. “Chegamos ao local e de imediato mantivemos contato com os índios e autuamos os pescadores”, destacou.

Quatro dos pescadores são profissionais. Gonçalves contou a Rádio Educadora como passou os quatro dias sem poder sair da reserva. “Os índios chegaram com armas de fogo, arco e flecha, e disseram que eles eram os fiscais do rio e que nos estávamos presos, e daí nos levaram para a aldeia”, disse.

Cidraque informou ainda que foram bem tratados durante esses dias. “A nossa comida acabou e eles mataram bichos e nós nos alimentamos, por isso não temos quase que reclamar”, completou.

Os pescadores disseram ainda conhecer a região há mais de dois anos e que não havia problemas com os índios, porém, afirmaram ter sido avisados pelos indígenas para não entrarem na área. Eles apresentaram à imprensa documentos que segundo eles, são autorizações de pesca expedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA).

Os pescadores Celso Luiz Cardoso, Claudinei Nicchetti, Osvaldo Rocha da Silva, Cidraque Gonçalves, Rosimário Gonçalves Ferreira, Jorge Neto da Silva e Francismar Gonçalves Ferreira, foram autuados por pesca ilegal, usurpação de bem da união e por porte ilegal de arma de fogo, com eles foram apreendidas duas espingardas. “Eles vão responder por esses crimes em regime fechado”, destacou Xavier.

Os pescadores estão detidos na cadeia pública de Juina e devem ser ouvidos pelo delegado da PF ainda nesta sexta feira.