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Economia
Sexta - 02 de Maio de 2008 às 17:56
Por: Lucinda Pinto

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O mercado de juros prosseguiu no movimento de queda iniciado na última quarta-feira, detonado pela decisão da agência de classificação de risco S&P de conceder ao Brasil o grau de investimento seguro. Os juros futuros de longo prazo (a partir de janeiro de 2010) recuaram de forma expressiva, e com volume elevado de negócios. Já os mais curtos, até janeiro de 2009, subiram. Esse ajuste se deve à percepção do mercado de que o grau de investimento seguro não deve alterar o cenário de alta da taxa básica de juros ao longo deste ano, mas torna o cenário de longo prazo mais favorável ao recuo dos juros.

Além disso, o capital externo que deve ser aplicado no País deve ser destinado a ativos de longo prazo, o que significa que a curva de juros doméstica tende a se inclinar. "O investment grade (grau de investimento) não terá qualquer influência sobre o ciclo de aperto monetário que já foi iniciado, mas certamente permitirá um recuo dos juros mais longos, porque a captação de recursos se tornará mais barata em todos os setores", explica um operador do mercado financeiro.

Outra boa notícia para o mercado de juros foi a solução encontrada pelo governo Lula para a questão dos combustíveis, que vinha gerando ansiedade entre profissionais. O reajuste dos combustíveis, combinado com a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), suaviza o impacto inflacionário. E o que é melhor, torna mais remota a chance de o governo anunciar uma segunda tranche de elevação dos preços, como chegou a ser considerado.

Por fim, o ambiente externo positivo só tornou mais favorável a queda das taxas futuras hoje. No noticiário internacional, o destaque foi o relatório do mercado de trabalho, que deu bons sinais sobre a saúde da economia norte-americana. O payroll (taxa de emprego nos Estados Unidos) mostrou queda de 20 mil no número de vagas em abril, muito menor do que os 85 mil - e os investidores gostaram. As bolsas em Wall Street tiveram o desempenho afetado, no entanto, por um movimento de realização de lucros no final da tarde.

No fechamento, a taxa DI (no mercado interbancário) para contratos com vencimento em janeiro de 2010 projetava taxa de 13,55%, de 13,67% na quarta-feira (446.440 contratos negociados); a taxa DI para janeiro de 2009 encerrou o dia com taxa de 12,80%, ante 12,77% no pregão anterior (giro de 316 mil contratos); e a taxa DI para janeiro de 2012 caiu de 13,63% para 13,31% (volume de 154 mil contratos).





Fonte: AE

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