Novo remédio reverte sintomas de Alzheimer em camundongos
Um novo remédio, capaz de “pegar carona” nas células, conseguiu reverter os sintomas do mal de Alzheimer no cérebro de camundongos. Se funcionar em humanos, o medicamento pode se tornar uma arma futura contra a doença, acreditam os cientistas.
Os pacientes com Alzheimer têm placas de proteínas no cérebro que se depositam exatamente no local onde os neurônios são destruídos. Os médicos acreditam que a formação dessas placas está diretamente ligada ao avanço da doença.
O remédio -- desenvolvido pelos pesquisadores do Instituto Max Planck de Biologia Molecular e Genética, na Alemanha -– funciona ao bloquear a enzima que controla esses aglomerados de proteínas. O mais difícil, no entanto, foi levar a medicação até o interior das células e até as áreas ricas em colesterol, onde a enzima funciona. “Conseguimos fazer isso com nosso conhecimento da biologia das membranas celulares e essa é a grande inovação”, afirmou ao G1 o líder do estudo, Lawrence Rajendran.
Os resultados até agora só foram testados em camundongos e a equipe pretende continuar os estudos em animais por um tempo. “Precisamos melhorar como levar o remédio diretamente ao cérebro. Estamos trabalhando nisso nos modelos camundongos”, disse Rajendran. O desafio é transpor a barreira natural que protege o cérebro de substâncias químicas no sangue –- até agora o medicamento só foi usado com injeções diretamente na cabeça; coisa que não seria possível fazer em pessoas.
Se tudo der certo nos testes animais, os em humanos devem levar cerca de dois anos. Se a medicação se provar segura, deve chegar ao mercado dentro de cinco ou dez anos.
A novidade foi apresentada na revista “Science”.
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