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Educação/Vestibular
Terça - 29 de Abril de 2008 às 16:23
Por: Sergio Luis Fernandes

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Dos alunos que concluem o Ensino Médio no Brasil, 62% não irão conseguir entrar numa faculdade. Com sua pouca qualificação, restará a estes alunos buscarem vagas com baixa remuneração no mercado de trabalho. O Programa Brasil Profissionalizado, lançado oficialmente nesta terça-feira em Mato Grosso, no Auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), quer rever este quadro com o fortalecimento do Ensino Médio Integrado, que reúne a formação geral do aluno com o Ensino Profissionalizante.

O Programa é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com a Seduc e Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Secitec). Para o lançamento do Brasil Profissionalizado, esteve em Mato Grosso Irineu Colombo, diretor de Articulação e Apoio Institucional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC.

De acordo com ele, o programa tem quatro dimensões principais: apoio às políticas de gestão das escolas; formação de professores; fortalecimento das políticas pedagógicas e investimento em infra-estrutura. Conforme o dirigente do MEC, o envio de recursos para os estados dependerá da qualidade dos projetos apresentados. Uma equipe do MEC está em Cuiabá analisando indicadores pedagógicos e sociais para verificar quais regiões podem ser beneficiadas. Para todo o país, o ministério deve investir este ano, neste programa, 210 milhões de reais e mais 690 milhões até 2011.

O secretário de Estado de Educação, Ságuas Moraes, disse durante a solenidade que nos últimos 10 anos o Ensino Médio quase foi extinto no país, “por inanição”, mas que agora deve renascer, “trazendo esperança para a juventude”. Segundo o secretário, os alunos, ao terminarem o Ensino Fundamental, por volta dos 15 ou 16 anos, vão em busca do mercado de trabalho, e, quando conseguem vaga, com salários baixos, têm que conciliar o emprego com o Ensino Médio. “Nesta situação, o aluno estuda cansado e acaba desistindo, até porque vê que outros colegas, que já concluíram o Ensino Médio, estão na mesma situação”, explicou. Para exemplificar, Ságuas mostrou que enquanto a evasão no Ensino Fundamental está em torno de 30 a 34%, no Ensino Médio é de 50%.

No momento, o Estado só tem cinco escolas que oferecem o Ensino Médio Integrado. O secretário informou que nos próximos dois anos a oferta deve se estender a todos os municípios com mais de 20 mil habitantes. Os demais devem ser atendidos a partir de 2011, inclusive beneficiando a demanda do campo, escolas indígenas e quilombolas. “Só no atendimento das cidades com mais de 20 mil habitantes já devemos beneficiar os jovens de 60% da população”, destacou Ságuas. Os investimentos também vão beneficiar os Centros de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O secretário-chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, também esteve no lançamento do programa. Ele mostrou que Mato Grosso tem uma referência nacional no ensino profissionalizante, já que é o único Estado que tem um fundo específico para o setor. Novacki representou o governador Blairo Maggi na solenidade.

Para o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro, a oferta do Ensino Médio Integrado representa mais uma possibilidade de inserção dos jovens no mundo do trabalho. “Nossos alunos terão a possibilidade de não ficar à margem do mundo do trabalho enquanto se busca uma formação superior”, afirmou.

O dirigente do MEC, Irineu Colombo, mostrou ainda que os incentivos do programa “vão dar sentido” ao Ensino Médio, “que é um problema mundial”. Para mudar o quadro, muitos recursos devem ser investidos. “Um aluno do Ensino Médio Integrado custa 100 reais a mais por ano do que um aluno do Ensino Médio tradicional”, esclareceu. Outra dificuldade será a formação de professores para a área. Mas ele já adianta uma solução para o problema. “Vamos fazer esta ‘roda girar’ quando tivermos muitos alunos formados, pois daí vão surgir novos professores”, apostou.

Também fizeram parte da mesa durante a solenidade, a secretária extraordinária de Apoio às Políticas Educacionais, Flávia Nogueira; o diretor do Cefet-MT, Henrique Barros;o presidente do Sintep, Gilmar Soares e o presidente da Fiemt, Jandir Milan. O Coral Vésper, da Escola Estadual “José Leite de Morais”, de Várzea Grande, fez apresentações na abertura do evento, sob a direção do maestro Odenil Silva.





Fonte: Seduc-MT

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