PF desmonta esquema de tráfico de mulheres e desvio de dinheiro público

Nove pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) e outras duas têm mandado de prisão decretado por participação num esquema que envolve uma casa de prostituição nos Jardins, em São Paulo, tráfico internacional de mulheres e desvio de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O esquema milionário começou a ser investigado em dezembro passado e, nesta quinta-feira, a PF desencadeou em São Paulo a Operação Santa Tereza, para prender os acusados e cumprir outros 18 mandados de busca e apreensão. Segundo o Jornal Hoje, entre os presos estão um coronel de reserva da PM e o advogado Ricardo Tosto.

De acordo com a PF, a quadrilha é formada por empreiteiros, empresários, advogados e servidores públicos. Para manter a casa de prostituição em funcionamento, o grupo corrompe autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização.

O mesmo grupo também atuou no desvio de dinheiro de financiamentos do BNDES. Pelo menos dois financiamentos aprovados este ano pela instituição seriam objeto de fraude. Um deles, no valor de R$ 130 milhões, teria sido concedido a uma Prefeitura da Baixada Santista, para urbanização em áreas carentes. Outro, no valor de R$ 220 milhões, obtido por uma grande rede de lojas de vestuário feminino.

Em cada um dos financiamentos, diz a PF, 4% do valor foi desviado, o que corresponde a R$ 14 milhões. Segundo a PF, a cada parcela da verba liberada pelo BNDES ocorre um desvio, com uso de notas fiscais falsas de serviços inexistentes de consultoria. No caso das prefeituras, o esquema inclui licitações fraudulentas.

O desvio de dinheiro do BNDES foi descoberto durante a investigação do tráfico internacional de mulheres. Alguns dos donos da casa de prostituição seriam os mesmos que aplicam golpes no banco, maior financiador de empresas do país.