Mendes: excesso de MPs compromete agenda do Congresso Nacional
Mendes ressalvou que nenhum presidente da República edita medidas provisórias por “acordar com vontade de fazer”, mas sim a partir de demandas encaminhadas pelos Ministérios. O presidente do STF também não exime o Legislativo de providências: “O problema não é só do Executivo. Há uma crise do processo decisório, que é da responsabilidade do Congresso. Cabe fazer uma recompreensão dos institutos”, disse.
O presidente do STF citou como possíveis soluções para o impasse a redução do número de medidas provisórias, o estabelecimento de um limite de medidas editadas por ano, ou a supressão do trancamento de pauta. Mas lembrou que “uma boa idéia do ponto de vista jurídico pode não passar no teste político”.
Mendes ainda defendeu a possibilidade de o Supremo dar repostas diante da omissão dos legisladores, ao lembrar a determinação do tribunal de aplicação da lei de greve no serviço privado em paralisações do serviço público até que haja lei específica: “Há casos em que o Legislativo fica inerte por anos a fio e aí me parece razoável que o tribunal decida esse tema”.
O ministro também comentou o posicionamento do Supremo em relação à fidelidade partidária, no sentido de fazer valer resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enquanto não houver uma reforma política: “O tribunal entendeu que o modelo democrático estava sendo comprometido com um processo comum de pessoas mudarem seqüencialmente de partido, o que leva a uma distorção entre governo e oposição”.
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