Gaeco desarticula cartel de postos de combustíveis e prende oito empresários
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prendeu, na Operação Madona, oito empresários do setor de distribuição e revenda de combustíveis de Mato Grosso. Desencadeada na madruga da hoje, a operação visa eliminar o cartel que atua no Estado há anos. No total, são nove mandados de prisão, cumpridos em Cuiabá e Várzea Grande e 12 mandados de busca em apreensão.
Até o momento, oito pessoas foram presas, entre as quais o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), José Fernando Chaparro; o ex-gerente das factoring de João Arcanjo, Nilson Teixeira, que é dono da rede de postos América (de bandeira Ipiranga); Daniel Locatelli, da rede Locatelli de postos; Bruno Borges; Waldir Chechet, empresário e advogado, que fazia mediação entre empresários e o sindicato; Marco Roseano da Silva, Paulo Roberto da Costa Bastos e Gércio Marcelino Mendonça Júnior. A nona pessoa procurada é de Cuiabá, mas seu nome não foi revelado para não atrapalhar as investigações.
Todos são acusados de crime contra a ordem econômica, formação de cartel, dumping (combinação de preços abaixo do praticado no mercado), sonegação de impostos, formação de quadrilha e corrupção, segundo a procuradora Eliana Maranhão de Sá Ayres, coordenadora da operação, que teve início em 2002 e foi intensificada no meio do ano passado.
As investigações apontaram que o esquema de cartel funcionava com o apoio “irrestrito” do Sindipetróleo e as reuniões aconteciam na sede do sindicato. Conforme a promotora, a maior parte das redes de postos de combustíveis participava do acordo de manipulação de preços. “Quem não topava participar era coagido, pressionado”, disse. Procurador Geral de Justiça, Paulo Prado informou que o MPE vai pedir à Justiça a perda da licença da Agência Nacional de Petróleo (ANP) concedida aos postos denunciados.
A operação acontece em parceria com o Ministério da Justiça, Secretaria de Assuntos Econômicos, Ministério da Fazenda, Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso e Polícia Militar. Cerca de 70 homens enviados de Brasília estão no Estado para o cumprimento dos mandados.
Ainda conforme a promotora Eliana, os postos não serão fechados imediatamente, porém a hipótese não está descartada até o final da operação. A Operação Madona tem esse nome para caracterizar a ousadia dos envolvidos no esquema.
Comentários