Dólar opera no menor patamar desde 1999, após alta da Selic
O dólar caiu pelo quarto dia seguido nesta quinta-feira, repercutindo a elevação do juro em uma manhã de fraqueza nos mercados internacionais. Às 10h35, a moeda norte-americana recuava 0,18%, para R$ 1,661. Com queda de mais de 5% no no mês, o dólar tem sido cotado no menor nível desde maio de 1999.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou na última quarta-feira em 0,5 ponto percentual, sem viés, a taxa básica de juros (Selic), confirmando a expectativa do mercado. A decisão, a primeira elevação desde maio de 2005, foi tomada por unanimidade. Com isso, a taxa de juros passou de 11,25% para 11,75%.
Segundo agentes de mercado, essas operações têm grande responsabilidade sobre a tendência de queda do dólar - em 12 sessões em abril, a moeda norte-americana subiu em apenas uma.
"Se o cenário externo não piorar muito e os preços das commodities continuarem em patamares elevados, o dólar pode chegar bem perto do patamar de R$ 1,65 hoje e até romper este patamar novamente nos próximos dias", avaliou Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, em relatório.
O cenário externo, porém, não era tão favorável nesta quinta-feira. Em Nova York, os índices futuros apontavam abertura negativa das bolsas, e o risco Brasil exibia leve alta, para 230 pontos-básicos.
Para Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, no Rio de Janeiro, a baixa do dólar nesta sessão é limitada também pela longa sequência de quedas nas últimas semanas, que diminui o espaço para uma desvalorização adicional. "No conjunto do mês, (o dólar) já caiu bem forte", disse.
De qualquer forma, a movimentação no mercado futuro indica que os agentes estão apostando cada vez mais na valorização do real. De acordo com dados da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), os estrangeiros desmontaram toda a posição comprada líquida no mercado futuro de dólar e de cupom cambial.
Na quarta-feira, eles exibiam pouco menos de US$ 300 milhões em posições vendidas na moeda norte-americana. A venda de dólares no mercado futuro indica uma aposta na queda da moeda norte-americana.
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