Rival de Berlusconi admite derrota na Itália
O ex-prefeito de Roma Walter Veltroni, da coalizão de centro-esquerda da Itália, admitiu derrota nesta segunda-feira para o ex-premiê Silvio Berlusconi nas eleições gerais do país.
Falando ao vivo na televisão italiana, Veltroni disse que ligou para Berlusconi, candidato de centro-direita, para felicitá-lo pela vitória e desejar boa sorte.
Veltroni se pronunciou pouco após a divulgação de pesquisas de boca-de-urna que indicavam que Berlusconi havia vencido as eleições, devendo chegar pela terceira vez ao cargo de primeiro-ministro da Itália.
Pouco depois, Berlusconi deu entrevista por telefone à rede italiana de TV RAI. O político de 71 anos disse que a Itália enfrentará meses difíceis.
"Nós teremos meses difíceis pela frente e precisaremos de grande força", afirmou.
Segundo a agência de notícias italiana Ansa, ele terminou a entrevista mandando "um beijo afetuoso a todos os italianos".
O pleito foi realizado três anos antes do previsto, depois da dissolução da coalizão de centro-esquerda de Romano Prodi.
O novo governo será o 62º na Itália desde a Segunda Guerra Mundial e espera-se difíceis negociações para a formação de novas alianças nos próximos dias.
O novo governo enfrenta o desafio de reavivar a economia italiana, que está debilitada. Há uma previsão de crescimento zero no ano que vem.
A disputa pelo governo da Itália se concentrou em dois partidos: o PDL, Partido da Liberdade, de centro-direita, liderado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi; e o PD, Partido Democrático, de centro-esquerda, cujo líder é o ex-prefeito de Roma, Walter Veltroni.
Com a economia no centro das preocupações dos eleitores italianos, os dois principais candidatos prometeram cortes fiscais modestos e diminuição da burocracia durante a campanha.
Os correspondentes da BBC dizem que a disputa eleitoral bastante acirrada significa que o novo governo pode ter de formar uma coalizão com partidos menores.
Nem mesmo uma aliança entre Berlusconi com Veltroni é descartada.
Além das 47 milhões de pessoas habilitadas a votar na Itália, cerca de três milhões de italianos que vivem no exterior puderam participar das eleições.
Observadores da direita e da esquerda acompanham a apuração, para evitar qualquer acusação posterior de fraude eleitoral.
Uma nova lei que entrou em vigor para estas eleições proíbe o porte de celulares equipados com câmeras fotográficas na hora do voto, já que em outras eleições teriam sido registrados casos de coerção.
A expectativa das autoridades era de grande participação nas eleições. No último pleito, há dois anos, mais de 80% dos eleitores exerceram o direito de votar.
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