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Economia
Segunda - 14 de Abril de 2008 às 08:13

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Apesar dos protestos do setor produtivo, o Copom (Comitê de Política Monetário) deve voltar a subir a taxa básica de juros do país na próxima quarta-feira, como espera a maioria do setor financeiro. Boa parte dos analistas conta que a taxa Selic seja ajustada de 11,25% para 11,50% ao ano.

A "Selic" tem impacto sobre o custos dos empréstimos para consumidores e empresas. Quando o governo está preocupado com a inflação, tende a elevar os juros para desestimular consumo e investimentos, de modo a "esfriar" a atividade econômica.

Profissionais de mercado salientaram que uma alta de 0,50 ponto seria uma medida bastante brusca, tendo o efeito de derrubar a Bolsa de Valores e fazer a taxa de câmbio cair de maneira ainda mais veloz.

"O consenso de mercado está mais próximo de uma alta de 0,25 ponto percentual. Se vier 0,50 ponto, pode ser bem complicado para a Bolsa. Uma alta de 0,25 ponto funciona melhor como uma sinalização do Banco Central para o mercado", comenta Andrés Kikushi, analista da Link Corretora.

Há semanas, alguns economistas de bancos e corretoras já comentavam sobre a possibilidade do Banco Central voltar a mexer na Selic após meses de estabilidade. Essa discussão, no entanto, somente ganhou força após a divulgação do IPCA, o índice oficial de inflação, na quarta-feira passada.

O IPCA mostrou que uma inflação, no mês de março, muito mais alta do que o esperado pela maioria dos especialistas quem acompanham os índices de preços: mostrou uma variação de 0,48%, quando todo mundo esperava, no máximo, 0,40%.

Os índices de preços divulgados posteriormente somente reforçaram a expectativa do mercado financeiro de que os juros iriam voltar a subir.

"A divulgação do IPCA de março bem acima das expectativas de mercado, em um momento em que o Banco Central vem defendendo uma postura preventiva na condução da política monetária, torna praticamente inevitável uma alta de juros em abril",afirma a economista-chefe do banco Fibra, Maristella Ansanelli.

Os "vilões" da inflação neste ano são os preços dos alimentos, em linha com a tendência mundial de disparada das commodities, um poucos "refúgios" de investidores em meio às turbulências da economia americana. Para os economistas que apostam na alta, o encarecimento dos produtos alimentícios será um dos principais argumentos para a alta da Selic.

Representantes do setor produtivo que são contrários à alta, no entanto, argumentam que um ajuste agora seria precipitado. "A inflação de alimentos, que volta a afetar a inflação brasileira, é de amplitude mundial e não tem a ver com o aumento da demanda interna e com o maior crescimento econômico do país", defende o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), em relatório recente.





Fonte: Folha Online

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