Fazer faxina pode reduzir estresse, diz estudo
Fazer faxina por apenas 20 minutos seguidos por semana pode trazer benefícios para a saúde mental, sugere um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica British Journal of Sports Medicine.
O objetivo dos pesquisadores da University College, em Londres, era estabelecer quais atividades físicas traziam mais benefícios para a saúde mental e quantificar o tempo necessário para que os exercícios tivessem impacto psicológico.
Os resultados indicam que são necessários 20 minutos seguidos de exercício – o suficiente para deixar a pessoa ofegante – para que a atividade física provoque uma "melhora no humor" e diminua o estresse.
A equipe de pesquisadores estabeleceu ainda que as atividades mais apropriadas seriam a faxina, a jardinagem, a caminhada e a prática de esportes.
Resultados
Para chegar aos resultados, a equipe perguntou a 20 mil pessoas quanto tempo e que tipo de exercícios praticavam semanalmente, além de questões sobre o estado de saúde mental. Dos voluntários, 16% (3,2 mil) sofriam de algum tipo de estresse ou ansiedade.
De acordo com o estudo, os praticantes de esportes reduziam os riscos de estresse em cerca de 30%, enquanto a caminhada e as atividades domésticas como faxina e jardinagem contribuem para uma redução de 20%.
"Muitos estudos sugerem o benefício da prática de exercícios na saúde mental, mas pela primeira vez conseguimos quantificar o tempo necessário para que a atividade faça diferença", disse Mark Hamer, que liderou o estudo.
"No entanto, é uma questão como a do o ovo e a galinha, já que a maioria das pessoas que sofrem de estresse ou ansiedade são menos propensas a praticar exercícios físicos", explicou.
Apesar dos resultados, a equipe afirma que o próximo passo da pesquisa será descobrir quais os mecanismos que influem na relação entre a atividade física e a saúde mental.
Segundo a ONG Sane, que trabalha com saúde mental, as razões do estresse são geralmente pouco compreendidas e em casos mais sérios, as pessoas precisam procurar ajuda profissional.
No entanto, o porta-voz da organização, Richard Colwill, afirmou que os resultados do estudo podem contribuir para uma melhora nas pessoas que sofrem de problemas de saúde mental.
"A pesquisa oferece esperança de que pequenas mudanças no estilo de vida podem contribuir para o bem-estar psicológico", disse Colwill.
"O cérebro é um órgão tão 'físico' quanto o coração ou os pulmões. Por isso, não deve ser uma surpresa que pequenas quantidades de exercícios regulares podem contribuir para uma redução nos problemas psicológicos", concluiu.
Aeróbica
Uma outra pesquisa publicada na mesma revista científica também trata dos benefícios do exercício físico, mas entre os mais velhos.
O estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, sugere que fazer exercícios aeróbicos regularmente na meia-idade pode aumentar a expectativa de vida em até 12 anos e ajudar a prolongar o período de vida independente.
Segundo a pesquisa, que analisou 400 pessoas com idade entre 55 e 85 anos, a prática freqüente de exercícios aeróbicos “treina” o corpo a usar o oxigênio para gerar energia de maneira mais eficaz.
Segundo Lorna Layward, diretora de pesquisas da ONG Help the Aged, que trabalha com idosos, “nunca é tarde para começar a fazer exercícios”.
"Quando as pessoas ouvem a palavra 'aeróbico', tendem a pensar em Lycra e roupas de ginástica, mas existem vários tipos de atividades desta espécie, como dançar ou nadar, que podem fazer uma diferença enorme", disse Layward.
"Existe uma suposição de que a aposentadoria significa colocar os pés para cima e relaxar, mas gradualmente estamos observando que se manter ativo pode trazer vários tipos de benefício", concluiu.
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