Ságuas diz que greve dos professores é desnecessária e precipitada
Deputado licenciado do PT e secretário estadual de Educação, Ságuas Moraes disse que a greve dos professores da rede pública estadual é desnecessária. Argumenta que desde que assumiu a Seduc, em maio do ano passado, os professores já tiveram 15,52% de aumento salarial, já que o piso salarial para nível médio na ocasião era R$ 734,64, e subiu para R$ 835,55. Um profissional com nível superior ganhava há um ano R$ 1.115,46 e agora recebe R$ 1.253,33.
“Desnecessária porque primeiro nunca faltou diálogo com a categoria. Segundo porque todos os pontos da pauta de reivindicação foram atendidos na íntegra, exceto a questão salarial, mas a nossa proposta é chegar a um reajuste de 26% em maio. Durante todo este tempo, tivemos sete rodadas de negociação”, disse Ságuas.
Na avaliação do secretário, os professores deveriam ter esperado até o mês de maio, quando ocorre o fechamento da folha de pagamento, para iniciarem a manifestação. “Agora não temos como avaliar porque fevereiro e março são os meses em que são feitas as atribuições de aulas e os contratos dos professores, depois entre março e abril eles têm prazo para entrar com pedidos de licença, então só em maio nós vamos saber quantos professores foram contratados na realidade”, criticou.
Os professores estão em greve desde o dia 14 de março. Não abrem mão da implantação imediata do piso salarial nacional de R$ 1.050 para nível médio. A Seduc, no entanto, ofereceu apenas R$ 912 a partir de maio, o que acarretaria um percentual acumulado de reajuste de 26%. Para o nível superior, os salários seriam R$ 1.368. Além disso, o governo se propôs a discutir a cada quatro meses uma avaliação da receita do estado para alcançar o valor exigido pelos profissionais. “Temos uma estimativa que haverá crescimento da receita acima de 10%, então vamos avaliar as possibilidades de chegar até o piso de R$ 1.050”, explicou o secretário.
Em assembléia-geral ocorrida ontem, os professores optaram por manter a paralisação. Decidiram enviar à Seduc uma contra-proposta em que exigem a aplicação de no mínimo 25% da receita corrente líquida estadual, conforme prevê a Constituição Federal, sendo que destes, 65% seriam gastos com folha de pagamento. Também alegam que se o governo incluir no valor a parcela do imposto de renda retido na fonte conseguirá chegar ao valor reivindicado. Uma nova assembléia da categoria está marcada para a próxima sexta-feira (11).
“Vamos exigir a reposição integral dos dias letivos”, declarou Ságuas, observando que após o término da greve a reposição deverá ser feita de acordo com a realidade de cada escola e município. “Já chegou a 40% de escolas paralisadas, mas hoje a greve abrange apenas 35% das escolas”, informou o secretário.
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