Funai revoga portaria, mas índios mantêm bloqueio de rodovia
Após mais de uma semana de protestos indígenas, a Fundação Nacional do Índio (Funai) decidiu revogar, nesta segunda-feira, a portaria que transferia a autonomia financeira da unidade de Cuiabá para a regional de Juína, no norte do Estado, distante 720 km da capital. No entanto, mesmo com a decisão, lideranças indígenas estão irredutíveis e prometem manter o bloqueio na rodovia BR-364, na saída da capital para Rondonópolis, perto do rio Aricá.
Segundo o administrador da Funai em Cuiabá, Benedito Garcia, a nova portaria traz uma mudança importante. A sede de Juína passa a ter autonomia financeira, assim como a capital. Agora a sede do norte do Estado prestará contas diretamente a diretoria de Assistência da Funai em Brasília. "Isso é um grande passo. Eles não dependem mais de Cuiabá", comentou.
De acordo com a cacique Dulcinéia Imutina, da tribo Imutina, a transferência prejudicava as tribos que vivem próximo da capital. "Nós queremos que a Funai continue aqui, porque em Juína o acesso vai ficar muito difícil, nós queremos a permanência dela aqui e que seja construída outra sede lá em Juína", afimou a cacique.
Os líderes indígenas também reivindicam a vinda a Mato Grosso do presidente do orgão e querem ver o documento re publicado em Diário Oficial. Essas seriam as condições para os 900 índios desbloquerem a rodovia. Segundo informações apuradas pela reportagem, neste momento, nem mesmo pedestres estão podendo passar pela bloqueio na BR. Só ambulãncias estão autorizadas a passar.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o congestionamento no sentido Rondonópolis-Cuiabá chega a cerca de 10 quilômetros. No outro sentido, o tráfego está aproximadamente 6 Km. A PRF aconselha os motoristas a procurarem postos de gasolina e restaurantes. Esses locais seriam mais seguros.
Desde o dia 31 de março, mais de 400 índios das tribos Bacairi, Imutina, Chiquitano, Bororo, Terena ocupam a sede da Fundação de Cuiabá.
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