Telefonia celular bate recordes de vendas e de reclamações
As vendas de celulares estão voltando a bater recordes este ano, mas a qualidade do serviço prestado ainda deixa a desejar. São números impressionantes de vendas e de queixas: 350 mil reclamações por ano.
assim, o Brasil é o quinto maior mercado de celular do mundo. No país, há mais assinantes do que no Japão. Por hora, quase 2 mil novos aparelhos são habilitados no país.
“Enquanto a economia estiver crescendo, enquanto houver mais renda disponível para consumo, a tendência será buscar os celulares”, prevê o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardemberg.
Reclamações
Por outro lado, as empresas de telefonia celular estão no topo da lista de reclamações dos Procons desde 2004. A Anatel recebe por ano mais de 350 mil queixas.
Desde novembro, o assessor parlamentar Adolfo Fernandes tenta cancelar uma linha de celular – em vão. “Sempre todo mês reclamando, reclamando, reclamando, falava que ia arrumar e nada. Toda vez que eu ligava, eles falavam uma coisa e acontecia outra. Não dá para acreditar”, diz ele.
“O consumidor sempre vai reclamar. O consumidor é exigente e tem todo o direito de reclamar. E as empresas se preparam e investem continuamente para melhorar o atendimento”, reconhece o presidente da Associação Nacional de Operadores Celulares (Acel), Ercio Zilli.
Reclamar, aliás, é melhor o caminho, de acordo com os órgãos de defesa do consumidor. As empresas podem ser punidas.
“Aquele que descumpre o Código de Defesa do Consumidor fica sujeito a multas que vão de R$ 200 até R$ 3 milhões. Nenhuma empresa pode dizer que tem qualidade quando ela descumpre com a lei, porque a qualidade é o preceito básico para qualquer tipo de prestação de serviço ou comercialização de produtos”, explica Ricardo Morishita, diretor do departamento de proteção e defesa do consumidor do Ministério da Justiça.
Em 1990, o Brasil tinha apenas 700 celulares. Hoje são mais de 124 milhões. Para o governo, a portabilidade - quando o usuário poderá trocar de operadora, mas mantendo o número da linha – vai aumentar e estimular a competição entre as empresas. Assim, segundo o governo, os problemas diminuiriam. A portabilidade está prevista para começar em agosto.
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