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Saúde
Quarta - 02 de Abril de 2008 às 03:38
Por: Fabiane Leite

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Um dos remédios contra a aids utilizados no Brasil, o abacavir, pode duplicar o risco de enfartes, indica um estudo publicado ontem na versão eletrônica da revista médica The Lancet (www.lancet.com). Segundo um grupo de pesquisadores dinamarqueses, outra droga da mesma categoria usada por portadores do HIV, a didanosina, também eleva o perigo em cerca de 50%. Os efeitos eram desconhecidos.

"Esses anti-retrovirais são maravilhosos e salvam vidas, mas carregam problemas de toxicidade", afirma Charlie Gilks, diretor de tratamento e prevenção da aids na Organização Mundial da Saúde (OMS). "Pode ser que a gente continue os usando, mas devemos estar conscientes de seus problemas a longo prazo."

De acordo com Orival Silveira, da área técnica do Programa Nacional de Aids do Ministério da Saúde, das 180 mil pessoas em tratamento hoje no Brasil 3.500 recebem o abacavir e 10 mil a didanosina. Ele destacou que pacientes não devem abandonar seus tratamentos e sim conversar com o médico. As evidências serão discutidas em maio pela pasta. "É uma informação nova, mas não deve causar pânico."

Jens Lundgren, da Universidade de Copenhague, e colegas analisaram dados de mais de 33 mil pessoas com o HIV na Europa, EUA e Austrália. O risco desaparecia após seis meses de suspensão de uso dos anti-retrovirais. A GlaxoSmithKline, produtora do abacavir, informou que suas investigações não confirmaram os dados. A Bristol-Myers Squibb, que fabrica o DDI, não se manifestou.





Fonte: AP

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