Onda de violência em Bagdá já contabiliza 125 mortos e 892 feridos
Pelo menos 125 pessoas morreram em Bagdá e 892 ficaram feridas desde a terça-feira passada, quando começaram enfrentamentos entre a milícia xiita "Exército Mehdi" e o Exército iraquiano na capital do país. Segundo fontes médicas citadas pela agência iraquiana Aswat Al Iraq, entre as vítimas há civis e homens armados.
As autoridades iraquianas impuseram um toque de recolher em Bagdá a partir das 23 horas local (16 horas no horário de Brasília) da quinta-feira passada e que iria até as 5 horas deste domingo. Porém, segundo a estatal Al Iraqiya, citando "o comando militar da capital", o toque de recolher foi prorrogado por tempo indefinido.
As forças americanas anunciaram neste sábado a morte de 32 homens armados em vários enfrentamentos que ocorrem desde sexta-feira em diferentes pontos de Bagdá.
Os confrontos começaram na segunda-feira passada, depois que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, anunciou que seria iniciada em Basra uma operação de segurança conhecida como "Carga de Cavalaria", dirigida por ele mesmo, com o objetivo de "impor na cidade o império da lei".
Al-Maliki comparou as milícias com a Al Qaeda, afirmando que aquelas são piores que o grupo terrorista liderado por Osama bin Laden.
Em declarações para a televisão, após uma reunião com xeques de tribos de Basra, o premiê iraquiano disse que não abandonará esta cidade até que a situação esteja totalmente controlada.
O chefe das operações, Abdul Karim Khalaf, insistiu neste sábado aos jornalistas que "o plano de segurança tem como fim impor a lei e a soberania no Estado de Basra e não (acabar com) uma corrente política".
A afirmação de Klalaf faz referência às repetidas acusações dos seguidores de al-Sadr, que sustenta que com estas operações o governo pretende acabar com sua milícia.
"Achávamos que a decisão de não continuar com nossas atividades ia ser correspondida pelo governo", assegurou Maha al Dawri, deputado da corrente de al-Sadr.
As milícias fiéis a Sadr, acusadas por seus detratores pela tortura e morte de milhares de pessoas após a explosão da violência sectária em fevereiro de 2006, decidiram em meados de 2007 encerrar suas atividades, o que contribuiu para reduzir drasticamente os níveis de violência no país.
Desde o começo dos choques na segunda-feira passada já morreram mais de 300 pessoas em Basra e em outras cidades do sul do país.
Ultimato
Al-Maliki deu um ultimato à milícia até o dia 8 de abril para que entregue suas armas e, em troca, lhes ofereceu dinheiro.
No entanto, insistiu que não fará negociações e que quem não atender ao seu pedido terá que enfrentar a morte.
Frente à determinação de al-Maliki de não dialogar, o grupo de Sadr tentou em várias ocasiões iniciar negociações.
O parlamentar sadrista, Hassan Rafi, afirmou hoje ao canal iraquiano Al-Iraquiya que acreditava no sucesso da comissão criada pelo Parlamento. Iniciativa do ex-primeiro-ministro Ibrahim Jaafari e do presidente da Câmara, Mahmoud al Mashadani, a comissão pretende pôr fim à grave crise de segurança no país.
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