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Economia
Quinta - 27 de Março de 2008 às 16:16
Por: Fernando Leal

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Apenas o projeto definitivo da viabilidade de produção de álcool separa Mato Grosso de ser o próximo estado a ter o seu alcoolduto e um poliduto – o primeiro para exportar álcool e o segundo para importar diesel e gasolina. Em encontro no Rio de Janeiro com o presidente da Transpetro – subsidiária integral da Petrobrás e maior armadora da América Latina, Sérgio Machado, autoridades mato-grossenses e representantes de empresas do setor apresentaram o cumprimento de metas futuras exigidas pelo órgão para tornar o estado apto receber a obra.

Considerando a produção consolidada das onze usinas em operação nos seus municípios e os empreendimentos propostos para os próximos três anos – o prazo definido inicialmente pela Transpetro, Mato Grosso vai passar dos atuais 800 milhões de litros de álcool/ano para um volume de produção na casa dos 3,7 bilhões de litros/ano.

A esse patamar somam-se novos investimentos como é o caso da Ciaterra, com dois projetos de 2,5 milhões de toneladas de cana, cada; e o Grupo Brenco (Companhia Brasileira de Energia Renovável), em Alto Taquari, com 35 mil hectares e três milhões de toneladas de cana. Além disso, ao lado – já no território goiano, a apenas 40km de Alto Taquari – será implantada outra unidade de proporções idênticas.

“Com esses elementos, podemos considerar já atingida – com folga – a meta preestabelecida pela Transpetro para viabilizar economicamente o projeto e para que Mato Grosso se torne apto a ter seu alcoolduto – seja por Senador Canedo (MS) ou por Paranaguá (PR) – e seu poliduto”, comemorou o deputado Wagner Ramos (PR) logo após a reunião com Sérgio Machado.

A reunião com a subsidiária da estatal Petrobrás foi mais uma etapa do processo de busca de viabilidade para o alcoolduto e o poliduto para Mato Grosso. Ele foi iniciado ainda em 2007 quando Wagner Ramos e o vice-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e suplente de deputado – então no cargo, Carlos Avalone (PSDB), mais os deputados José Domingos (DEM) e Júnior Chaveiro (PMN) se uniram na busca de parceiros para viabilizar o projeto.

“Esse é o projeto estratégico mais importante para nosso estado porque sua concretização vai diminuir o ‘custo-Mato Grosso’ que é alto. Nós temos o maior custo de diesel do país e precisamos barateá-lo por causa do transporte. Nosso grupo começou o trabalho nesse sentido.

Temos uma área produtora muito grande que precisa ser diversificada. Não podemos ficar apenas nas ‘mãos’ da soja, do algodão e do milho”, explicou Avalone, chamando a atenção para a necessidade de ser também ampliada a produção da cana-de-açúcar.

“A produção de álcool é sustentável – o mundo quer colocar álcool na gasolina para diminuir o aquecimento global; o mundo está procurando quem produza álcool desde que seja de forma responsável, sustentável”, disse o dirigente da Fiemt.

“Vale ressaltar que isso acontecerá sem desmatamento de qualquer pedaço de chão, de qualquer metro de área até porque a ampliação projetada da produção do etanol acontecerá nas áreas já degradadas que temos em Mato Grosso. Ou seja, de nenhuma maneira afetaremos o meio ambiente. Esse projeto é totalmente viável”, completou Wagner Ramos.

“A questão é: sentamos à mesa com o presidente da Transpetro, juntos os deputados, o vice-governador Silval Barbosa, prefeitos e representantes do setor sulcroalcooleiro de Mato Grosso. Ou seja, as forças vivas de Mato Grosso saem da reunião na Transpetro com a certeza de que, agora, será possível viabilizar o alcoolduto e o poliduto para nosso estado”, disse o diretor-executivo do Sindalcool (Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso), Jorge dos Santos.

Ele fez referência ao termo de cooperação técnica assinado em Foz do Iguaço (PR) – há exatos sete dias – pelo presidente Lula, os governadores Roberto Requião (Paraná) e André Pucinelli (Mato Grosso do Sul), e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo.

“Vamos torcer para que, entre 2011 e 2012 – quando todos esses projetos se tornarão realidade, também tenhamos o alcoolduto e tornemos realidade as nossas exportações”, prognosticou Santos.

Para o vice-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, o encontro com Sérgio Machado representou a seqüência de um trabalho que vem sendo desenvolvido há tempos com a Transpetro. “Temos um potencial enorme e aumento da produção de álcool em Mato Grosso. Hoje, produzimos aproximadamente um milhão de metros cúbicos/dia e temos vários projetos sendo elaborados, alguns já em início de implantação, que nos darão condições de – num prazo máximo de dois anos – atingir uma meta de quase cinco milhões de metros cúbicos”.

O vice-governador lembrou, ainda, que o governo está trabalhando para que isso aconteça: “Para que isso se realize é importante trabalhar a logística de todo esse projeto. Estamos atuando com o projeto integrado de Mato Grosso do Sul, que tem uma logística tanto por Paranaguá quanto por Paulínia”, concluiu Silval.

O termo de cooperação assinado em Foz do Iguaçu servirá para a criação de um grupo de trabalho que vai desenvolver estudos para a construção do alcoolduto entre Campo Grande (MS) e o Porto de Paranaguá (PR).

A obra faz parte do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento e seu traçado básico contemplará as cidades de Campo Grande e Bataguassú, no Mato Grosso do Sul, e Maringá e Londrina, no Paraná. O alcoolduto – com cerca de 920 quilômetros de extensão – tem sua conclusão prevista para 2010 e o objetivo principal é escoar a produção de etanol dos dois estados para o mercado de exportação.

Wagner Ramos fez questão de frisar que as quatro novas usinas de álcool serão instaladas em Tangará da Serra (duas) e uma em Denise, além da que irá funcionar em Alto Taquari.





Fonte: Assessoria/AL

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