Reajuste do trigo afeta preço de massas, pães e bolos
O consumidor que vai ao supermercado ou à padaria já percebeu: tem pão mais caro, macarrão mais caro e biscoito mais caro. Culpa do preço do trigo. Quem vive da farinha avisa: vem mais aumento por aí.
“O macarrão de R$ 1,50 passou para R$ 1,85. O aumento foi muito grande. A macarronada fica difícil. O pessoal vai ter que fazer um regime”, comenta uma dona de casa.
O que desencadeou a alta foi o principal ingrediente de massas, pães, bolos. “É o trigo argentino”, aponta um comerciante.
A Argentina restringiu a exportação para o Brasil. Para trazer o produto de outros países fora do Mercosul, é preciso pagar 10% a mais de imposto.
O Brasil produz por ano três milhões de toneladas de trigo e consome dez milhões de toneladas e meia. Por isso, depende tanto das importações.
Qualquer oscilação no mercado externo atinge até o preço do pãozinho de todo dia. Em Belo Horizonte, o aumento chega a 14%.
O dono de padaria, Matheus Lobato, bem que tentou, mas a tentativa de baixar o custo não deu certo.
“Eu tomei um susto porque em janeiro eu comprava farinha por cerca de R$ 65 uma saca de 50 quilos. Hoje a gente já está batendo em cerca de R$ 92”, conta o dono de padaria.
A Associação Brasileira da Indústria de Panificação (Abip) diz que há uma crise no abastecimento de trigo – a mais grave dos últimos 20 anos, que não deve parar por aqui.
“Ainda tem uma expectativa nos próximos meses a farinha de trigo subir 25%, o que geraria a necessidade de aumentar, pelo menos, mais 8%”, calcula o vice-presidente nacional da Abip, José Batista Oliveira.
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