Rodovia federal tem chão de terra e cratera de 20 metros
As obras começaram há quase oito anos e foram logo paralisadas por suspeita de superfaturamento. Até hoje, o serviço não foi retomado e o drama de quem depende da estrada continua.
É difícil acreditar que se trata de uma rodovia federal; o chão é de terra em grande parte da estrada. Em um dos pontos mais críticos, na região de Ecoporanga (ES), há uma cratera de quase 20 metros de profundidade.
Escoamento
A BR-342 é a principal via de escoamento da Região Noroeste do Espírito Santo, maior produtora de leite e gado de corte do estado. E não é difícil encontrar quem já tenha ficado preso nos enormes buracos. “Já teve dia de a gente ficar aqui até a noite, sem almoçar e sem jantar”, conta um caminhoneiro.
Desesperadas, as famílias que vivem nas proximidades estão abandonando as casas. “Tenho problema de bronquite asmática. Sofro mais com a asma por causa da poeira, já que sou alérgica”, diz a lavadeira Sueli Feitoza Zavarozi.
Prejuízos
A erosão também causou danos ambientais. A terra levada pela chuva invadiu propriedades e prejudica a produção rural.
E o pior é que a rodovia vai continuar assim, pelo menos, até dezembro. As obras não vão ser retomadas este ano porque estão fora do orçamento. Hoje, para asfaltar os 77 quilômetros que faltam, o governo deve gastar quase o dobro do previsto há oito anos.
O superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes no Espírito Santo (DNIT-ES), Élio Bahia, calcula que, para terminar a obra, devem ser gastos de R$ 175 milhões a R$ 180 milhões.
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